Eu hoje joguei tanta coisa fora
Eu vi o meu passado passar por mim
Cartas e fotografias gente que foi embora
A casa fica bem melhor assim
O céu de Ícaro tem mais poesia que o de Galileu
E lendo teus bilhetes, eu lembro do que fiz
Querendo ver o mais distante e sem saber voar
Desprezando as asas que você me deu
Tendo a lua aquela gravidade aonde o homem flutua
Merecia a visita não de militares,
Mas de bailarinos
E de você e eu
Eu hoje joguei tanta coisa fora
E lendo teus bilhetes, eu lembro do que fiz
Cartas e fotografias gente que foi embora
A casa fica bem melhor assim
Tendo a lua aquela gravidade aonde o homem flutua
Merecia a visita não de militares,
Mas de bailarinos
E de você e eu
Tendo a lua aquela gravidade aonde o homem flutua
Merecia a visita não de militares,
Mas de bailarinos
E de você e eu.
No link abaixo a música.
Voar... voar
O rei Minos, em tempos que já vão longe, mandou prender em uma torre o arquiteto Dédalo – construtor do célebre Labirinto de Creta – e seu filho Ícaro.
A torre dava, de um lado, para o mar, onde navios armados guardavam as águas, e de outro lado, para a terra, onde um exército vigiava a torre. A fuga dos prisioneiros era impossível.
Dédalo pensou:
- O rei Minos controla a terra e o mar, mas não pode controlar os ares. Hei de fugir pelos ares com meu filho.
Dédalo era muito engenhoso e, assim, decidiu fazer dois pares de asas: um grande, outro pequeno. Se bem pensou, melhor executou. Seu trabalho foi penoso porque o menino Ícaro, sempre irrequieto, ora soprava as penas, ora derrubava a cera com que o pai armava as asas. Trabalhando com persistência, Dédalo conseguiu terminar a tarefa.
Que lindas asas! Dédalo experimentou as suas, soergueu-se, manteve-se no ar. Depois, como um pássaro ensina ao filhote os primeiro voos, exercitou o filho no manejo das asas. [...]
Dédalo fez as últimas recomendações:
- Ícaro, meu filho, mantém-te sempre em altura equilibrada; Não voes muito baixo, porque a umidade das águas próximas pode fazer melar tuas penas, nem suba alto demais, porque o sol pode derreter a cera e desmanchar as tuas asas.
Dédalo beijou o filho, e ambos saíram voando.
O pai ia um pouco à frente para dar coragem a Ícaro, mas volvia sempre a cabeça a fim de verificar se o menino se mantinha com segurança. Voavam... voavam...
No fim de algum tempo, o pequeno Ícaro sentiu-se dono dos ares... e tentou um voo mais alto como se quisesse alcançar o céu! Dédalo perdeu de vista o filho.
Pouco depois as penas de um parzinho de asas boiavam nas águas do mar... E um pai, aflito, gritava:
- Ícaro! Ícaro! Onde estás?
Adelaíde Lisboa de Oliveira. Histórias que ouvi contar. São Paulo.
Questionário (Faça no caderno)
1) O que Dédalo buscava com a construção das asas?
2) O que Ícaro buscou com suas asas?
3) Que cena anuncia no texto implicitamente a morte de Ícaro?
4) Muitos leem esse mito como uma lição de moral a ser tirada pelos mais jovens. Qual seria?
5) Outros prefertem ler nesse mito uma representação de características tipicamente humanas. Quais seriam elas?
6) E para você, o que esse mito diz hoje?