O objetivo é conhecer melhor as obras de Machado de Assis, os alunos de 9º ano irão ler um conto e realizar atividades referentes à obra.
A primeira atividade é um estudo do texto, com questões que o aluno deverá responder no blog.
A segunda atividade será realizada em sala de aula, durante as aulas de Literatura.
A cartomante
Machado de Assis
Hamlet observa a Horácio que há mais cousas no céu e na terra do que sonha a nossa filosofia. Era a mesma explicação que dava a bela Rita ao moço Camilo, numa sexta-feira de novembro de 1869, quando este ria dela, por ter ido na véspera consultar uma cartomante; a diferença é que o fazia por outras palavras.
- Ria, ria. Os homens são assim; não acreditam em nada. Pois saiba que fui, e que ela adivinhou o motivo da consulta, antes mesmo que eu lhe dissesse o que era. Apenas começou a botar as cartas, disse-me: “ A senhora gosta de uma pessoa...” Confessei que sim, e então ela continuou a botar as cartas, combinou-as, e no fim declarou-me que eu tinha medo de que você esquecesse, mas que não era verdade...
- Errou! interrompeu Camilo, rindo.
- Não diga isso, Camilo. Se você soubesse como eu tenho andado, por sua causa. Você sabe; já lhe disse. Não ria de mim, não ria...
Camilo pegou-lhe nas mãos, e olhou para ela sério e fixo. Jurou que lhe queria muito, que os seus sustos pareciam de criança; em todo caso, quando tivesse algum receio, a melhor cartomante era ele mesmo. Depois, repreendeu-a; disse-lhe que era imprudente andar por essas casas. Vilela podia sabê-lo, e depois...
- Qual saber! tive muita cautela, ao entrar na casa.
- Onde é a casa?
- Aqui perto, na Rua da Guarda Velha, não passava ninguém nessa ocasião. Descansa; eu não sou maluca.
Camilo riu outra vez.
- Tu crês deveras nessas cousas? perguntou-lhe.
Foi então que ela, sem saber que traduzia Hamlet em vulgar, disse-lhe que havia muita cousa misteriosa e verdadeira neste mundo. Se ele não acreditava, paciência; mas o certo é que a cartomante adivinhara tudo. Que mais? A prova é que ela agora estava tranqüila e satisfeita.
Cuido que ele ia falar, mas reprimiu-se. Não queria arrancar-lhe as ilusões. Também ele, em criança, e ainda depois, foi supersticioso, teve um arsenal inteiro de crendices, que a mãe lhe incutiu e que aos vinte anos desapareceram. No dia em que deixou cair toda essa vegetação parasita, e ficou só o tronco da religião, ele, como tivesse recebido da mãe ambos os ensinos, envolveu-os na mesma dúvida, e logo depois em uma só negação total. Camilo não acreditava em nada. Por quê? Não poderia dizê-lo, não possuía um só argumento; limitava-se a negar tudo. E digo mal, porque negar é afirmar, e ele não formulava a incredulidade; diante do mistério, contentou-se em levantar os ombros, e foi andando.
Separaram-se contentes, ele ainda mais que ela. Rita estava certa de ser amada; Camilo, não só estava, mas via-a estremecer e arriscar-se por ele, correr às cartomantes, e, por mais que a repreendesse, não podia deixar de sentir-se lisonjeado. A casa do encontro era na antiga Rua dos Barbonos, onde morava uma comprovinciana de Rita. Esta desceu pela Rua das Mangueiras na direção de Botafogo, onde residia; Camilo desceu pela da Guarda Velha, olhando de passagem para a casa da cartomante.
Vilela, Camilo e Rita, três nomes, uma aventura, e nenhuma explicação das origens. Vamos a ela. Os dois primeiros eram amigos de infância. Vilela seguiu a carreira de magistrado. Camilo preferiu não ser nada, até que a mãe lhe arranjou um emprego público. No princípio de 1869, voltou Vilela da província, onde casara com uma dama formosa e tonta; abandonou a magistratura e veio abrir banca de advogado. Camilo arranjou-lhe casa para os lados de Botafogo, e foi a bordo recebê-lo.
- É o senhor? exclamou Rita, estendendo-lhe a mão. Não imagina como meu marido é seu amigo; falava sempre do senhor.
Camilo e Vilela olharam-se com ternura. Eram amigos deveras. Depois, Camilo confessou de si para si que a mulher do Vilela não desmentia as cartas do marido. Realmente, era graciosa e viva nos gestos, olhos cálidos, boca fina e interrogativa. Era um pouco mais velha que ambos: contava trinta anos, Vilela vinte e nove e Camilo vinte e seis. Entretanto, o porte grave de Vilela fazia-o parecer mais velho que a mulher, enquanto Camilo era ingênuo na vida moral e prática. Faltava-lhe tanto a ação do tempo, como os óculos de cristal, que a natureza põe no berço de alguns para adiantar os anos. Nem experiência, nem intuição.
Uniram-se os três. Convivência trouxe intimidade. Pouco depois morreu a mãe de Camilo, e nesse desastre, que o foi, os dois mostraram-se grandes amigos dele. Vilela cuidou do enterro, dos sufrágios e do inventário; Rita tratou especialmente do coração, e ninguém o faria melhor.
Como daí chegaram ao amor, não o soube ele nunca. A verdade é que gostava de passar as horas ao lado dela; era a sua enfermeira moral, quase uma irmã, mas principalmente era mulher e bonita. Odor di femina: eis o que ele aspirava nela, e em volta dela, para incorporá-lo em si próprio. Liam os mesmos livros, iam juntos a teatros e passeios. Camilo ensinou-lhe as damas e o xadrez e jogavam às noites; - ela mal, - ele, para lhe ser agradável, pouco menos mal. Até aí as cousas. Agora a ação da pessoa, os olhos teimosos de Rita, que procuravam muita vez os dele, que os consultavam antes de o fazer ao marido, as mãos frias, as atitudes insólitas. Um dia, fazendo ele anos, recebeu de Vilela uma rica bengala de presente, e de Rita apenas um cartão com vulgar cumprimento a lápis, e foi então que ele pôde ler no próprio coração; não conseguia arrancar os olhos do bilhetinho. Palavras vulgares; mas há vulgaridades sublimes, ou, pelo menos, deleitosas. A velha caleça de praça, em que pela primeira vez passeaste com a mulher amada, fechadinhos ambos, vale o carro de Apolo. Assim é o homem, assim são as coisas que o cercam.
Camilo quis sinceramente fugir, mas já não pôde. Rita, como uma serpente, foi-se acercando dele, envolveu-o todo, fez-lhe estalar os ossos num espasmo, e pingou-lhe o veneno na boca. Ele ficou atordoado e subjugado. Vexame, sustos, remorsos, desejos, tudo sentiu de mistura; mas a batalha foi curta e a vitória delirante. Adeus, escrúpulos! Não tardou que o sapato se acomodasse ao pé, e aí foram ambos, estrada fora, braços dados, pisando folgadamente por cima das ervas e pedregulhos, sem padecer nada mais que algumas saudades, quando estavam ausentes um do outro. A confiança e estima de Vilela continuavam a ser as mesmas.
Um dia, porém, recebeu Camilo uma carta anônima, que lhe chamava de imoral e pérfido, e dizia que a aventura era sabida de todos. Camilo teve medo, e, para desviar as suspeitas, começou a rarear as visitas à casa de Vilela. Este notou-lhe as ausências. Camilo respondeu que o motivo era uma paixão frívola de rapaz. Candura gerou astúcia. As ausências prolongaram-se, e as visitas cessaram inteiramente. Pode ser que entrasse também nisso um pouco de amor-próprio, uma intenção de diminuir os obséquios do marido, para tornar menos dura a aleivosia do ato.
Foi por esse tempo que Rita, desconfiada e medrosa, correu à cartomante para consultá-la sobre a verdadeira causa do procedimento de Camilo. Vimos que a cartomante restituiu-lhe confiança, e que o rapaz repreendeu-a por ter feito o que fez. Correram ainda algumas semanas. Camilo recebeu mais duas ou três cartas anônimas, tão apaixonadas, que não podiam ser advertência da virtude, mas despeito de algum pretendente; tal foi a opinião de Rita, que, por outras palavras mal compostas, formulou este pensamento: - a virtude é preguiçosa e avara, não gasta tempo nem papel; só o interesse é ativo e pródigo.
Nem por isso Camilo ficou mais sossegado; temia que o anônimo fosse ter com Vilela, e a catástrofe viria então sem remédio. Rita concordou que era possível.
- Bem, disse ela; eu levo os sobrescritos para comparar a letra com a das cartas que lá aparecerem; se alguma for igual, guardo-a e rasgo-a...
Nenhuma apareceu; mas daí a algum tempo Vilela começou a mostrar-se sombrio, falando pouco, como desconfiado. Rita deu-se pressa em dizê-lo ao outro, e sobre isso deliberaram. A opinião dela é que Camila devia tornar à casa deles, tatear o marido, e pode ser até que lhe ouvisse a confidência de algum negócio particular. Camilo divergia; aparecer depois de tantos meses era confirmar a suspeita ou denúncia. Mais valia acautelaram-se, sacrificando-se por algumas semanas. Combinaram os meios de se corresponderem, em caso de necessidade, e separaram-se com lágrimas.
No dia seguinte, estando na repartição, recebeu Camilo este bilhete de Vilela: “Vem já, já, à nossa casa; preciso falar-te sem demora”. Era mais de meio-dia. Camilo saiu logo; na rua, advertiu que teria sido mais natural chamá-lo ao escritório; por que em casa? Tudo indicava matéria especial, e a letra, fosse realidade ou ilusão afigurou-se trêmula. Ele combinou todas essas cousas com a notícia da véspera.
- Vem já, já, à nossa casa; preciso falar-te sem demora, - repetia ele com os olhos no papel.
Imaginariamente, viu a ponta da orelha de um drama, Rita subjugada e lacrimosa, Vilela indignado, pegando da pena e escrevendo-lhe o bilhete, certo de que ele acudiria, e esperando-o para matá-lo. Camilo estremeceu, tinha medo: depois sorriu amarelo, e em todo caso repugnava-lhe a idéia de recuar, e foi andando. De caminho, lembrou-se de ir a casa; podia achar algum recado de Rita, que lhe explicasse tudo. Não achou nada, nem ninguém. Voltou à rua, e a ideia de estarem descobertos parecia-lhe cada vez mais verossímil; era natural uma denúncia anônima, até da própria pessoa que o ameaçara antes; podia ser que Vilela conhecesse agora tudo. A mesma suspensão das suas visitas, sem motivo aparente, apenas com um pretexto fútil, viria confirmar o resto.
Camilo ia andando inquieto e nervoso. Não relia o bilhete, mas as palavras estavam decoradas, diante dos olhos, fixas; ou então, - o que era ainda pior, - eram-lhe murmuradas ao ouvido, com a própria voz de Vilela. “Vem já, já, à nossa casa; preciso falar-te sem demora.” Ditas assim, pela voz do outro, tinha um tom de mistério e ameaça. Vem, já, já, para quê? Era perto de uma hora da tarde. A comoção crescia de minuto a minuto. Tanto imaginou o que se iria passar, que chegou a crê-lo e vê-lo. Positivamente, tinha medo. Entrou a cogitar em ir armado, considerando que, se nada houvesse, nada perdia, e a precaução era útil. Logo depois rejeitava a idéias, vexado de si mesmo, e seguia, picando o passo, na direção do Largo da Carioca, para entrar num tílburi. Chegou, entrou e mandou seguir a trote largo.
“Quanto antes melhor”, pensou; “não posso estar assim...”
Mas o mesmo trote do cavalo veio agravar-lhe a comoção. O tempo voava, e ele não tardaria a entestar com o perigo. Quase no fim da Rua da Guarda Velha, o tílburi teve de parar; a rua estava atravancada com uma carroça, que caíra. Camilo, em si mesmo, estimou o obstáculo, e esperou. No fim de cinco minutos, reparou que ao lado, à esquerda, ao pé do tílburi, ficava a casa da cartomante, a quem Rita consultara uma vez, e nunca ele desejou tanto crer na lição das cartas. Olhou, viu as janelas fechadas, quando todas as outras estavam abertas e pejadas de curiosos do incidente na rua. Dir-se-ia a morada do indiferente Destino.
Camilo reclinou-se no tílburi, para anão ver nada. A agitação dele era grande, extraordinária, e do fundo das camadas morais emergiam alguns fantasmas de outro tempo, as velhas crenças, as superstições antigas. O cocheiro propôs-lhe voltar a primeira travessa, e ir por outro caminho; ele respondeu que não, que esperasse. E inclinava-se para fitar a casa... Depois fez um gesto incrédulo: era a idéia de ouvir a cartomante, que lhe passava ao longe, muito longe, com vastas asas cinzentas; desapareceu, reapareceu, e tornou a esvair-se no cérebro; mas daí a pouco moveu outra vez as asas, mais perto, fazendo uns giros concêntricos... Na rua, gritavam os homens, safando a carroça:
- Anda! agora! empurra! vá! vá!
Daí a pouco estaria removendo o obstáculo. Camilo fechava os olhos, pensava em outras cousas; mas a voz do marido sussurrava-lhe às orelhas as palavras da carta: “Vem, já, já...” E ele via as contorções do drama e tremia. A casa olhava para ele. As pernas queriam descer e entrar... Camilo achou-se diante de um longo véu opaco... pensou rapidamente no inexplicável de tantas cousas, a voz da mãe repetia-lhe uma porção de casos extraordinários, e a mesma frase do príncipe da Dinamarca reboava-lhe dentro: “Há mais cousas no céu e na terra do que sonha a filosofia...” Que perdia ele, se...?
Deu por si na calçada, ao pé da porta; disse ao cocheiro que esperasse, e rápido enfiou pelo corredor, e subiu a escada. A luz era pouca, os degraus comidos dos pés, o corrimão pegajoso; mas ele não viu nem sentiu nada. Trepou e bateu. Não aparecendo ninguém, teve a idéia de descer; mas era tarde, a curiosidade fustigava-lhe o sangue, as fontes latejavam-lhe; ele tornou a bater uma, duas, três pancadas. Veio uma mulher; era a cartomante. Camilo disse que ia consultá-la, ela fê-lo entrar. Dali subiram ao sótão, por uma escada ainda pior que a primeira e mais escura. Em cima, havia uma salinha, mal alumiada por uma janela, que dava para o telhado dos fundos. Velhos trastes, paredes sombrias, um ar de pobreza, que antes aumentava do que destruía o prestígio.
A cartomante fê-lo sentar diante da mesa, e sentou-se do lado oposto, com as costas para a janela, de maneira que a pouca luz de fora batia em cheio no rosto de Camilo. Abriu uma gaveta e tirou um baralho de cartas compridas e enxovalhadas. Enquanto as baralhava, rapidamente, olhava para ele, não de rosto, mas por baixo dos olhos. Era uma mulher de quarenta anos, italiana, morena e magra, com grandes olhos sonsos e agudos. Voltou três cartas sobre a mesa, e disse-lhe:
- Vejamos primeiro o que é que o traz aqui. O senhor tem um grande susto...
Camilo, maravilhado, fez um gesto afirmativo.
- E quer saber, continuou ela, se lhe acontecerá alguma cousa ou não...
- A mim e a ela, explicou vivamente ele.
A cartomante não sorriu; disse-lhe só que esperasse. Rápido pegou outra vez das cartas e baralhou-as, com os longos dedos finos, de unhas descuradas; baralhou-as bem, transpôs os maços, uma, duas, três vezes; depois começou a estendê-las. Camilo tinha os olhos nela, curioso e ansioso.
- As cartas dizem-me...
Camilo inclinou-se para beber uma a uma as palavras. Então ela declarou-lhe que não tivesse medo de nada. Nada aconteceria nem a um nem a outro; ele, o terceiro, ignorava tudo. Não obstante, era indispensável muita cautela; ferviam invejas e despeitos. Falou-lhe do amor que o ligava, da beleza de Rita... Camilo estava deslumbrado. A cartomante acabou, recolheu as cartas e fechou-as na gaveta.
- A senhora restituiu-me a paz de espírito, disse ele estendendo a mão por cima da mesa e apertando a da cartomante.
Esta levantou-se, rindo.
- Vá, disse ela; vá, ragazzo innamorato...
E de pé, com o dedo indicador, tocou-lhe a testa. Camilo estremeceu, como se fosse a mão da própria sibila, e levantou-se também. A cartomante foi à cômoda, sobre a qual estava um prato com passas, tirou um cacho destas, começou a despencá-las e comê-las, mostrando duas fileiras de dentes que desmentiam as unhas. Nessa mesma ação comum, a mulher tinha um ar particular. Camilo, ansioso por sair, não sabia como pagasse; ignorava o preço.
- Passas custam dinheiro, disse ele afinal, tirando a carteira. Quantas quer mandar buscar?
- Pergunte ao seu coração, respondeu ela.
Camilo tirou uma nota de dez mil-réis, deu-lhe uma. Os olhos da cartomante fuzilaram. O preço usual era dois mil-réis.
- Vejo bem que o senhor gosta muito dela... E faz bem; ela gosta muito do senhor. Vá, vá tranqüilo. Olhe a escada, é escura; ponha o chapéu...
A cartomante já tinha guardado a nota na algibeira, e descia com ele, falando, com um leve sotaque. Camilo despediu-se dela embaixo, e desceu a escada que levava à rua, enquanto a cartomante, alegre com a paga, tornava acima, cantarolando uma barcarola. Camilo achou o tílburi esperando; a rua estava livre. Entrou e seguiu a trote largo.
Tudo lhe parecia agora melhor, as outras cousas traziam outro aspecto, o céu estava límpido e as caras joviais. Chegou a rir dos seus receios, que chamou pueris; recordou os termos da carta de Vilela e reconheceu que eram íntimos e familiares. Onde é que ele lhe descobrira a ameaça? Advertiu também que eram urgentes, e que fizera mal em demorar-se tanto; podia ser algum negócio grave e gravíssimo.
- Vamos, vamos depressa, repetia ele ao cocheiro.
E consigo, para explicar a demora ao amigo, engenhou qualquer cousa; parece que formou também o plano de aproveitar o incidente para tornar à antiga assiduidade... De volta com os planos, reboavam-lhe na alma as palavras da cartomante. Em verdade, ela adivinhara o objeto da consulta, o estado dele, a existência de um terceiro; por que não adivinharia o resto? O presente que se ignorava vale o futuro. Era assim, lentas e contínuas, que as velhas crenças do rapaz iam tornando ao de cima, e o mistério empolgava-o com as unhas de ferro. Às vezes queria rir, e ria de si mesmo, algo vexado; mas a mulher, as cartas, as palavras secas e afirmativas, a exortação: - Vá, vá, ragazzo innamorato; e no fim, ao longe, a barcarola da despedida, lenta e graciosa, tais eram os elementos recentes, que formavam, com os antigos, uma fé nova e vivaz.
A verdade é que o coração ia alegre e impaciente, pensando nas horas felizes de outrora e nas que haviam de vir. Ao passar pela Glória, Camilo olhou para o mar, estendeu os olhos para fora, até onde a água e o céu dão um abraço infinito, e teve assim uma sensação do futuro, longo, longo, interminável.
Daí a pouco chegou à casa de Vilela. Apeou-se, empurrou a porta de ferro do jardim e entrou. A casa estava silenciosa. Subiu os seis degraus de pedra, e mal teve tempo de bater, a porta abriu-se, e apareceu-lhe Vilela.
- Desculpa, não pude vir mais cedo; que há?
Vilela não lhe respondeu: tinhas as feições decompostas; fez-lhe sinal, e foram para uma saleta interior. Entrando, Camilo não pôde sufocar um grito de terror: - ao fundo, sobre o canapé, estava Rita morta e ensangüentada. Vilela pegou-a pela gola, e, com dois tiros de revólver, estirou-o morto no chão.
Assis, Machado. Contos. Série Bom Livro. 26ª ed. Editora Ática: 2002. p. 91-98.
Atividade 1
Conto: A cartomante – Machado de Assis
Depois de ler o conto, complete os elementos da narrativa:
1) Personagens:
2) Tempo:
3) Tipo de narrador:
4) Espaço
5) Enredo
Em relação ao enredo, descreva:
4) Situação inicial:
5) Conflito:
6) Clímax:
7) Desfecho:
8) Qual a diferença entre conto e crônica? Responderemos a essa questão em sala, mas fique a vontade para pesquisar.
9) Será que Machado de Assis escreveu crônicas também?
10) Quais os tipos de crônicas e cronistas conhecidos? Será que você é capaz de criar uma crônica?
Atividade 2
Transformar um conto, em sala de aula, em uma radionovela.
Pontos para trabalhar:
- Abertura da história.
- Os sons de fundo.
- Entonação dos personagens.
- O narrador.
- Os sons ambientes.
- As passagens de tempo.
- Cenário.
Personagens; Vilela, cartomante, Camilo e Rita
ResponderExcluirTempo: 1869
Tipo de narrador: primeira pessoa
Espaço: Botafogo (A casa de Vilela e Rita)
Enredo; conta a historia de tres personagens , Vilela que e amigo de Camilo e voltou para Botafogo com sua mulher , Rita que acaba por se apaixonar por Camilo , mas os dois namoram em segredo pois nao querem que Vilela descubra seu amor proibido.
Situação inicial : Camilo conversando com Rita em segredo.
Conflito: Camilo e Rita começam a receber cartas anonimas sobre seu namoro escondido e ficam assustados com a descoberta.
Clímax : Vilela manda uma carta a Camilo dizendo para o outro comparecer em sua casa .
Desfecho : depois de Camilo chegar a casa de Vilela e ver sua amante morta Vilela pega um revolver e com dois tiros se mata.
Grupo: Rafala Silva , Gustavo Schutz , Caio Pacheco , Gabrielli da Rosa e eu.
ExcluirLivro : Petrus Logus e o guardião do tempo.
Grupo: Rafaela Silva, Gustavo Schutz,Caio Pacheco, Gabrieli da Rosa, Isabele Mangini e Marina Paseto
Excluir1) Personagens: Camilo, Cartomante, Rita e Vilela.
ResponderExcluir2) Tempo: 1869.
3) Tipo de narrador: primeira pessoa.
4) Espaço: Botafogo.
5) Enredo: Conta a história de Vilela e Camilo que eram amigos na infância mas quando Vilela ficou adulto foi morar em outro lugar e saiu de Botafogo, mas depois de um tempo voltou para Botafogo com sua esposa Rita, no começo Rita e Camilo são apenas amigos mas depois de um tempo se apaixonam e tem uma paixão proibida.
4) Situação inicial: Camilo e Rita vivem seu amor em segredo.
5) Conflito: Camilo começa a receber cartas anônimas sobre seu amor com rita e tem medo de que seja ate Vilela quem esteja enviando essas cartas, então se afasta por um tempo de Rita e Vilela.
6) Clímax: Vilela manda uma carta para Camilo pedindo que ele vá à sua casa com urgência: “Vem já, já, à nossa casa; preciso falar-te sem demora.”
7) Camilo chega a casa de Vilela e encontra Rita morta no chão e Vilela quando vê que Camilo chegou se mata com dois tiros.
8) O conto é uma narrativa curta, que envolve todos os elementos. A história trazida no conto deve ter início, meio e fim, e envolver um grupo específico de personagens, incluído aí também o narrador.
Os contos são excelentes opções para atividades que necessitem de uma narrativa que possa ser lida em sua totalidade, mesmo em tempo mais limitado. Isso é bom, pois não compromete a integridade da obra, o que acontece ao se utilizar apenas alguns excertos, que muitas vezes não são contextualizados adequadamente.
Já a crônica traz uma reflexão crítica sobre assuntos do cotidiano. Pode não envolver personagens ou acontecimentos em si, mas é um gênero textual muito explorado. A crônica também pode trabalhar com humor, propondo uma análise crítica de alguma situação por meio da ironia.
São muito trabalhadas em periódicos, como revista e jornais. Além disso, as tirinhas humorísticas também podem ser consideradas uma espécie de crônica, na medida em que fazem essa análise crítica de temas e assuntos atuais.
9) Sim. Machado de Assis escreveu crônicas.
10) Algumas crônicas e alguns cronistas conhecidos:
Machado de Assis: Crônicas de Lélio;
Clarice Lispector: Visão do esplendor;
Carlos Drummond de Andrade: Os dias lindos.
Aluna: Isabela Aparecida Stähelin.
Alunas: Ana Célia Melo Warmeling, Ana Karolina de Souza, Isabela Aparecida Stähelin, NIcole Paula Sandri e Ornella Santana Zuccala.
ExcluirLivro: Petrus Logus e o Guardião do Tempo.
A Cartomante
ResponderExcluir1) Personagens: Camilo e Vilela, a esposa de Vilela e amante de Camilo era Rita, que tinha 30 anos. A cartomante, uma italiana sem nome. Hamlet e Horácio, e a mãe de Camilo.
2) Tempo: O tempo em que o conto ocorre é o ano de 1869 e o local é o Rio de Janeiro.
3) Tipo de narrador: terceira pessoa.
4) Espaço: na Rua da Guarda Velha, esta desceu pela rua das Mangueiras, na direção de Botafogo.
5) Enredo: O enredo apresenta o casal Rita e Vilela, que é advogado. Ele reencontra Camilo, um de seus amigos de infância, que contrata seus serviços para tratar dos processos judiciais que envolvem a morte de sua mãe. Porém, Rita envolve-se com Camilo e é criado um triângulo amoroso na história.
4) Situação inicial: A situação arriscada leva a jovem a consultar-se com uma cartomante, que lhe prevê toda a sorte de alegrias e bem-aventuranças.
5) conflito: O grande conflito da história é a infidelidade de Rita e o melhor amigo de Vilela, Camilo.
6) clímax: Camilo recebe um bilhete de vilela pedindo-lhe que compareça a sua casa.
7) desfecho: após sair da Cartomante, confiante de que o romance de Rita não era de conhecimento de seu amigo, Camilo vai a casa de vilela e encontra sua amante morta, e é morta por um tiro.
8) Qual a diferença entre conto e crônica? Responderemos a essa questão em sala, mas fique a vontade para pesquisar. R: *Conto – História completa e fechada como um ovo. É uma célula dramática, um só conflito, uma só ação. A narrativa passiva de ampliar-se não é conto. *Crônica - A crônica é o relato de um flash, de um breve momento do cotidiano de uma ou mais personagens. O que diferencia a crônica do conto é o tempo, a apresentação da personagem e o desfecho.
9) Será que Machado de Assis escreveu crônicas também?
R: Joaquim Maria Machado de Assis é mais conhecido pelos seus contos e romances, mas também escreveu poesias, peças teatrais, crônicas e críticas literárias.
10) Quais os tipos de crônicas e cronistas conhecidos? Será que você é capaz de criar uma crônica?
*Machado de Assis: Crônicas; Crônicas de Lélio; Comentários da Semana; Ao Acaso. *Clarice Lispector: Contos, Crônicas e Novelas; Visão do Esplendor; Para Não Esquecer Nunca; Clarice na Cabeceira. *Carlos Heitor Cony: Da Arte de Falar Mal; O Ato e o Fato; Posto Seis; Os Anos Mais Antigos do Passado; O Harém das Bananeiras; O Suor e a Lágrima; O Tudo ou o Nada; Para Ler na Escola. *Carlos Drummond de Andrade: Para Gostar de Ler – Volume 1 – Crônicas 1; Lição de Coisas; Os Dias Lindos; Boca de Luar; Amor Natural. *Fernando Sabino: As Melhores Crônicas de Fernando Sabino; A Cidade Vazia; O Homem Nu; A Mulher do Vizinho; A Companheira de Viagem; A Inglesa Deslumbrada; Deixa o *Alfredo Falar!; A Falta que Ela me Faz.
Aluno:Sandro poeta junior 9f1
aluno :Sandro poeta junior 9f1
ResponderExcluirok!
No meu grupo está higor Amaral, Thuanny , e as duas vitória
1) Personagens: Camilo e Vilela, Rita, A cartomante, Hamlet e Horácio, e a mãe de Camilo.
ResponderExcluir2) Tempo:novembro de 1869
3) Tipo de narrador: terceira pessoa.
4) Espaço: Botafogo Rio de Janeiro
5) Enredo:Vilela e Camilo amigos de infância e Vilela sai de Botafogo depois de um tempo Vilela volta casado com Rita e ela e Camilo tem um namoro secreto
4) Situação inicial: Camilo e Rita com seu namoro secreto
5)Conflito: O namoro de Camilo e Rita mulher de seu amigo
6)Clímax: Camilo recebe uma carta de Vilela para que vá a casa de Vilela com urgência
7)Desfecho: Ao sair da Cartomante Camilo vai a casa de Vilela ao chegar la vê sua amante morta e Vilela se suicida com um revolver na frende de seus olhos
9)Machado de Assis já escreveu cronicas? : Sim poesias e peças de teatro tambem
10) Quais os tipos de crônicas e cronistas conhecidos?Machado de Assis: Crônicas; Crônicas de Lélio; Comentários da Semana; Ao Acaso.
Clarice Lispector: Contos, Crônicas e Novelas; Visão do Esplendor; Para Não Esquecer Nunca; Clarice na Cabeceira.
Carlos Heitor Cony: Da Arte de Falar Mal; O Ato e o Fato; Posto Seis; Os Anos Mais Antigos do Passado; O Harém das Bananeiras; O Suor e a Lágrima; O Tudo ou o Nada; Para Ler na Escola.
Carlos Drummond de Andrade: Para Gostar de Ler – Volume 1 – Crônicas 1; Lição de Coisas; Os Dias Lindos; Boca de Luar; Amor Natural.
Grupo: Eu Laura Beatriz Serafim e Arthur Maciel Paim
Machado e Juca Luiz Antônio Aguiar
ExcluirLivro do meu grupo Eu Laura Beatriz Serafim e Arthur Maciel Paim
Grupo: Natália Machado Eduardo, Mariana Berejuck, Luiza de Freitas Pedro e Lorena Jensen de Quadros.
ResponderExcluir1) Vilela, Rita, Camilo e cartomante.
2) Passado, 1869.
3) Tem narrador em 3º pessoa.
4) Rio de Janeiro, Botafogo.
5) Rita e Vilela são um casal no começo da historia. Mas, com a volta de Camilo – um amigo de infância – ela percebe que ainda o ama. A partir desse momento se cria um triângulo amoroso entre Vilela, Rita e Camilo.
4) O reencontro de Rita e Camilo, que a leva a consultar uma cartomante.
5) O amor entre Rita e Camilo.
6) A entrega do pérfido a Camilo.
7) O desfecho foi o assassinato de Rita e o suicidio de Vilela.
8) Crônica é um texto que apresenta somente um momento da vida dos personagens. Já um conto precisa de vários elementos e um número especifico de personagens, assim como a necessidade de um inicio, meio e fim.
9) Apesar da maioria de suas criações terem sido contos e muitos romances, Machado de Assis já escreveu crônicas.
10)Aluizo Azevedo, José Alemar, Olavo Billac e Luiz Fernando Veríssimo são exemplos de famosos cronistas. Provavelmente eu não seria capaz de ser uma cronista, pois como não leio muitos textos dessa categoria, não sei muito sobre eles, nem a forma como são escritos.
Livro escolhido pelo grupo: Petrus Logus ( O guardião do tempo).