sexta-feira, 26 de junho de 2015

Sessão de Cinema: Do gênero épico ao romance: O Conde de Monte Cristo de Alexandre Dumas.




O Conde de Monte Cristo

webc3447.jpg (24520 bytes)Introdução

"Contos clássicos como O Conde de Monte Cristo (The Count of Monte Cristo) capturam a imaginação do público ao redor do mundo," diz o produtor Roger Birnbaum. "Este filme tem todos os elementos vencedores do grandioso filme clássico, porém renovados para o público contemporâneo. Este é o primeiro trabalho em algum tempo, que combina realismo, ação e intriga. Também apresenta um elenco de primeira linha, um diretor renomado, Kevin Reynolds, várias locações espetaculares e dramáticas seqüências de aventura."

"O Conde de Monte Cristo (The Count of Monte Cristo) é diferente das versões anteriores," diz o produtor Gary Barber. "É diferente porque desenvolvemos alguns eventos que estão no livro de forma mais detalhada do que os filmes anteriores, foi uma licença de criação. Demos à história seu próprio sentimento. Os personagens têm mais profundidade e são bastante similares aos do livro."

"Contar uma história não é simplesmente fazer ação, é também os personagens," acrescenta o escritor Jay Wolpert. "Temos um Conde de Monte Cristo, com toda a infra-estrutura, toda a motivação e todo o caráter de o Conde de Monte Cristo de Robert Donat, mas temos também a ação que o público de hoje está acostumado."

O renomado diretor Kevin Reynolds lidera o projeto dando ênfase ao realismo, a ação e a personagens fortemente desenvolvidos. O produtor Gary Barber, que já havia trabalhado como produtor executivo em Robin Hood - O Príncipe dos Ladrões (Robin Hood: Prince of Thieves), estava familiarizado com o trabalho do diretor. "Eu acho Kevin um excelente cineasta," diz ele. "Demonstrou isso em todos os seus filmes e Robin Hood - O Príncipe dos Ladrões foi um filme fantástico de ação, repleto de personagens envolventes."

Para Reynolds, trabalhar em um conto épico como O Conde de Monte Cristo (The Count of Monte Cristo) foi uma proposta a qual ele não podia recusar. "O título é muito conhecido em todo o mundo, o que traz ao filme uma audiência automática," diz ele. "Tem todos os elementos de uma história envolvente: amizade e traição, amor e mágoa, ação e aventura".

"Achei que seria enriquecedor fazer algo com uma história clássica tão famosa," continua Reynolds. "Então li o livro para saber do que se tratava realmente e descobri que o trabalho seria muito mais difícil do que pensava porque o livro é muito denso. Tínhamos que transformá-lo em algo mais cinemático."

Barber concorda. "Eu acho um conto magnífico. Tem também romance e um pouco de comédia e os temas sobre vingança e traição levam a um entretenimento envolvente. O livro sobreviveu ao teste do tempo e achamos que o momento seria certo porque não se faz um filme sobre o Conde de Monte Cristo há muito tempo."

"Muitas pessoas me perguntam sobre o que falam os meus filmes", destaca Kevin Reynolds. "Acho que tenho obsessão pela perda da inocência. Há um pouco disso em todos os filmes que já fiz. Talvez seja isso que exista para mim em O Conde de Monte Cristo (The Count of Monte Cristo). Um jovem inocente e bem intencionado, que é usado por um bando de pessoas cruéis. Ele retorna e tenta se vingar porque acha que isso o confortará e o fará seguir a vida normalmente. Mas a vingança satisfaz? Como diz o personagem de Richard Harris: 'É uma comida que leva muito tempo para ser preparada, mas raramente é comida.' Então, é isso que este filme fala, da jornada de um homem em busca de vingança."

SOBRE A PRODUÇÃO

Durante a escolha para o elenco de O Conde de Monte Cristo (The Count of Monte Cristo), a prioridade era fazê-lo o mais contemporâneo possível. "Estávamos procurando novos talentos," conta Gary Barber. "Jim Caviezel estava soberbo em Além da Linha Vermelha (The Thin Red Line) e Guy Pearce estava excepcional em L.A Cidade Proibida (L.A. Confidential). Guy também havia demonstrado sua popularidade na Europa, na novela australiana Neighbors, e é um ator maravilhoso."

"Nós queríamos um elenco jovem, talentoso e agradável para os olhos - sangue novo para fazer um visual espetacular," concorda Roger Birnbaum. Com a deslumbrante novata Dagmara Dominczyk como Mercedes e o legendário ator Richard Harris como Abade Faria, os papéis principais já estavam definidos.

O Conde de Monte Cristo (The Count of Monte Cristo) é a história da trajetória de um homem pelos cantos obscuros de sua alma. "A forma como me identifiquei com o papel foi através da noção da perda da fé, do ódio a Deus e depois o retorno, para encontrar novamente a paz," fala Jim Caviezel de seu personagem, que passa do idealismo brilhante para a vingança fria. "É a passagem pelo inferno para se tornar um homem melhor. O jovem Edmond Dantes começa como alguém que vê o mundo basicamente como bom, como uma criança o vê, e então, gradualmente muda. Este homem se torna vítima das circunstâncias e não entende porque coisas assim puderam acontecer com ele. Eu tento relacionar com alguns elementos da minha própria vida."

Apesar das muitas versões anteriores do clássico romance de Dumas, Caviezel optou por não assistir a nenhum deles e interpretar seu personagem literalmente como o do livro. "Não assisti a nenhuma das versões de O Conde de Monte Cristo (The Count Of Monte Cristo) porque não queria me influenciar," afirma ele. "Eu sou um mímico. Se vejo uma pessoa, inconscientemente pego os trejeitos que mais gosto. Então, se eu assistisse, digamos, Richard Chamberlain ou Gérard Depardieu, talvez eu usasse certas coisas. E as pessoas iriam dizer, 'Oh, é o Depardieu.' Então eu tentei seguir o máximo que pude o que estava no livro."

Caviezel fez muitas pesquisas históricas relativas à época. "Eu estudei muito sobre Napoleão e sua vida," conta ele, "de onde veio na Córsega, sua época na escola militar da França e como ficou abaixo dos outros homens de sua seção. Pude relacionar isto com minha própria vida quando mudei para uma escola na qual não me adaptei. Então, peguei isso e fiz um paralelo com o personagem."

Guy Pearce, o versátil ator de L.A. Cidade Proibida (L.A. Confidential), Priscilla - A Rainha do Deserto (Priscilla, Queen of the Desert) e de Amnésia (Memento), é o inimigo de Edmond Dantes, Fernand Mondego. "Adorei Guy em L.A Cidade Proibida (L.A. Confidential)," diz Kevin Reynolds. "Ele é um ator consumado e entra na pele dos personagens que interpreta". Eu queria alguém com essa habilidade para fazer Fernand, e ele não decepcionou de jeito algum. Ele é muito divertido de se assistir."

Mondego é um vilão complexo e seu relacionamento com Edmond Dantes é um contraste curioso do personagem. "Neste filme, tomamos a liberdade de fazer os dois personagens serem amigos de infância, então há algo mais para arriscar no relacionamento. No extraordinário romance de Dumas, os dois mal se conheciam," diz Guy Pearce. "Fernand é um jovem que está apaixonado por Mercedes, mesmo sabendo que ela ama outro e entãofaz o que pode para eliminar seu concorrente. Da mesma forma, em nossa história, o ciúme de Fernand o leva a cometer o mesmo ato desleal, mas com um conflito adicional de trair um amigo."

Interpretar um jovem que salva a vida de Edmond e depois a rouba dele, foi um desafio emocionante para Pearce. "Ele é uma pessoa que tem tudo: posição social, dinheiro, tudo o que quer e, mesmo assim, se sente totalmente infeliz," diz. "Já Edmond Dantes, seu amigo de longa data, não tem posses, só o amor de Mercedes, uma natureza honesta e sincera e a felicidade - são as fontes de frustração e inveja do pobre Fernand, que também sofre por ser muito crítico e intransigente".

"Ainda criança, passei vários anos em uma escola particular bastante aristocrática e exclusiva, onde as crianças ficavam expostas a uma natureza muito pomposa e abastada e isso não era incomum," conta Pearce. "Eu não me adaptei ao esquema, entretanto, me deu o entendimento da competição cruel, do comportamento condescendente, e um nível particular de egoísmo apropriado à interpretação de Fernand."

"Se Fernand se sente culpado pelo o que aconteceu a Edmond, bem como amargo e invejoso, ele consegue reprimir e foge como um tolo, o que o torna uma pessoa ainda mais feia, tanto mentalmente quanto fisicamente. Basicamente a aparência física de uma pessoa com mais idade é a representação de seu estado mental. Foi importante criar aquele visual doentio e envelhecido para Fernand quando o vemos mais tarde no filme. Por mais que tente manter um ar de superioridade através de suas atitudes e aparência, seu visual o trai. Ele exagerou com as mulheres, os vinhos e outros vícios extravagantes. Seu entendimento de ser o pavão que deveria ter sido só aumenta a vergonha do personagem. É uma história é sobre vingança. Eu quero que o público faça o máximo de julgamentos de Fernand, para que também queira se vingar dele."

Jim Caviezel e Guy Pearce passaram um mês fazendo treinamento intensivo para as seqüências de ação, aprendendo como usar a espada e a lutar de modo apropriado.

"Treinamos pelo menos 3 horas por dia, todos os dias, além de todo o treinamento que fizemos sozinhos," diz Caviezel. "Não é uma dessas coisas que se pode chegar, exercitar e ir embora. É preciso fazer no seu próprio tempo, trabalhar para chegar a um ponto onde você não pensa, só reage. E filmar a última cena em especial na plantação de trigo foi extremamente difícil e escorregadio."

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"O bom de trabalhar com Guy é que fizemos nosso treinamento de esgrima juntos," continua Caviezel. "Você conhece muito dele, o quanto ele trabalha e o quanto é disciplinado. Ele trabalha muito. É um ótimo atleta e um ator incrível."

"Na verdade, aprendi esgrima quando tinha uns 11 anos," conta Pearce. "Eu era bastante bom, eu acho. Entrei em competições e ganhei algumas medalhas. Mas não acho que nada disso me ajudou quando estava fazendo o filme. Percebi que havia esquecido tudo e tive que começar do início - tudo tinha acabado 20 anos atrás, imagino! É um esporte muito delicado. Há muitos detalhes específicos nos quais você precisa se concentrar."

Dagmara Dominczyk conhecia a clássica história de Dumas do tempo da escola. "Nós lemos O Conde de Monte Cristo no segundo grau. Eu adorei a história, é cheia de intriga, romance e é muito inteligente.

"Eu gosto do fato de Mercedes ter sido descrita no roteiro como sendo inteiramente feminina, mas ela também é capaz de ser forte em sua vulnerabilidade," diz a atriz polonesa. "Ela está disposta a fazer concessões, mas vê a força do sacrifício. Também gosto do fato de mostrarem sua trajetória desde quando era uma menina de 18 anos, apaixonada por este homem o tempo todo, mesmo depois de passar por tudo o que passou."

Para a atriz de treinamento clássico, a transformação da idealista jovem de 18 anos em uma mãe e esposa endurecida pela vida foi um desafio. "Quando você vê Mercedes no início, ela tem o mundo todo na palma da mão e é cheia de esperança, luz e alegria," diz Dagmara. "Ela tem o homem com quem quer se casar, eles vão comprar uma casa e planejam ter filhos. Este mundo ideal está na ponta de seus dedos, mas tudo é retirado dela."

"Eu me imagino com 18 anos lidando com um amor, mas é também uma questão física, a voz e as roupas que uso. Nós criamos uma menina adorável e angelical. Mas Mercedes é também geniosa, não uma flor, ela tem força e momentos de raiva e você pode dizer que ela tem um temperamento difícil. Então, tive que pular 10, 11, 12 anos e, por causa da minha vida em casa e de experiências pessoais, posso interpretar a maturidade, o senso de responsabilidade que vem junto com as atividades do lar."

Uma grande ajuda para a jovem atriz foi o diretor Kevin Reynolds. "Havia uma enorme sensação de confiança entre nós," afirma Dagmara. "Kevin confiou a personagem a mim e confiou na forma como a criei. Filmamos uma cena bastante comovente, na festa de aniversário de Albert, meu filho no filme, quando percebo que o Conde é Edmond e espero por ele na carruagem. É uma cena muito emocionante e por isso repetimos algumas vezes. Kevin vinha e cochichava no meu ouvido para mudar o tom aqui ou ali. Ele foi como um condutor e é muito sucinto na sua direção. Ele dizia uma palavra ou uma frase e eu conseguia fazer do modo correto. É a natureza do nosso relacionamento. Por confiar nele, fui capaz de ouvir sua direção, visualizá-la e fazer corretamente. É maravilhoso porque ele me deixa improvisar e quando eu preciso da ajuda dele, ele está lá."

Do mesmo modo, ela elogia seus co-astros. "Adoro trabalhar com Jim e Guy porque eles têm personalidades distintas como seres humanos e, como atores, suas técnicas também são diferentes. Jim é como um engenheiro: trabalha vagarosamente e é introvertido, mas assim que a câmera é ligada ele está lá com você. Seu olhar é muito intenso, aqueles grandes olhos azuis dão a você tudo o que precisa. Guy é mais espontâneo, fala sobre a cena e faz. É um grande entusiasmo ter dois protagonistas igualmente maravilhosos para contracenar. Faz meu trabalho muito mais fácil."

O legendário ator irlandês, Richard Harris, interpreta o companheiro de prisão e mentor de Dantes, o sábio Abade Faria. "Foi um grande privilégio trabalhar com Richard Harris, depois de assistir a muitos de seus filmes durante 35 anos," afirma Kevin Reynolds. "Estar no set e trabalhar com um homem assim é simplesmente incrível. Como todos os profissionais ele sabe o que funciona para ele. O tom que pode dar a um momento é algo tremendo. Só um olhar, um gesto ou a inflexão de uma palavra pode dizer muito e isso vem de sua grande experiência."

"Richard Harris é um ícone," diz Barber sobre o ator irlandês. "Se você olhar para o Abade e perguntar quem seria o ator perfeito para este papel, seria Richard Harris. Não é preciso nem vesti-lo, ele pode interpretar de qualquer jeito. Tivemos muita sorte de tê-lo neste trabalho, e isso torna o elenco extraordinário."

"Eu gostei do roteiro e do personagem," Richard Harris fala do Abade Faria, um personagem para o qual construiu a própria história antes de ir para a prisão. "O Abade era um idealista quando jovem e estava no exército de Napoleão. Tinha sonhos republicanos. Então, numa noite, recebeu ordens para cometer um ato de atrocidade e desumanidade. Mais tarde ele se arrepende, deserta do exército e se torna padre. Tudo isso aconteceu antes da história do filme começar.

"Antes de ser padre, ele se torna secretário particular de um homem muito rico. O homem morre, deixando enterrado um enorme tesouro. Napoleão acha que o secretário particular sabe sua localização. Na verdade, ele sabe, mas não diz onde o tesouro está. Então ele é jogado na prisão. O novo regime também acredita na lenda sobre a fortuna e vai atrás dele. Mesmo assim ele não revela onde está o tesouro por que acha que, seja lá onde estiver, o tesouro que foi deixado deve ser usado por boas razões e bons motivos."

É quando o público o encontra no filme. O abade vem cavando um túnel para escapar, mas devido a um erro de cálculo entra na cela de Edmond Dantes. Os homens iniciam uma forte amizade. "O abade ensina Dantes economia e matemática, mas também o ensina a ser civilizado e esquecer a vingança," continua Harris. "Acho que se o abade conseguisse escapar teria sido um homem como Nelson Mandela. Encontrei Mandela uma vez e fiquei muito impressionado. Perguntei a ele: 'O senhor era um homem violento e agora é contra a violência? Acha que foi por ter ficado tanto tempo preso?' E ele respondeu: 'Sim, acho que sim.' Se o abade tivesse sobrevivido, teria se tornado uma pessoa desta natureza."

A locação principal de O Conde de Monte Cristo (The Count of Monte Cristo) foi a Irlanda. Aqui, o estúdio Ardmore foi o local de construções elaboradas, entre elas a escadaria do Castelo de D'If, o interior luxuoso da mansão dos Mondego e o terrível interior do Castelo de If. Outra importante locação foi a ilha de Malta, escolhida principalmente devido à arquitetura de suas construções. "Queríamos dar um sentimento autêntico e ao mesmo tempo fomos prudentes fisicamente," comenta Gary Barber sobre as locações. "A Irlanda nos deu os elementos em locação e também tivemos grande apoio do pessoal local. Malta foi escolhida por seu visual e localização - nos deu uma visão panorâmica do porto e também foi financeiramente efetiva."

Encontrar o porto foi o problema inicial e só depois de viajar pela Itália e França foi que Kevin Reinolds e o desenhista de produção Mark Geraghty descobriram o porto de Marselha de 1814 no histórico estaleiro. "Todos os lugares no resto da Europa haviam sido tomados pela arquitetura moderna, mas Malta ainda tinha um visual raro com todos os antigos fortes feitos de grandes blocos de pedra," explica Reynolds. "É um local muito raro e não consigo lembrar de outro lugar onde pudéssemos achar um visual de um porto do Mediterrâneo ao redor de 1815. Tivemos uma sorte extraordinária."

"A arquitetura é quase perfeita," acrescenta Geraghty. "Há um amplo porto no qual podemos usar grandes navios e há poucos portos no mundo nos quais se pode fazer isso. Então, assim que o porto foi escolhido nós planejamos tudo o mais ao redor dele."

De recortes de jornais a fontes na internet, de livros da época em Roma, Paris e Marselha a filmes anteriores do Conde de Monte Cristo, a equipe de desenho de produção mergulhou em detalhes para assimilar todas as informações, antes de iniciar os trabalhos e criaram um novo visual para O Conde de Monte Cristo (The Count of Monte Cristo).

"Vimos artistas como Turner e Canaletto," conta Mark Geraghty. "Para obtermos o contraste tão importante no estilo de vida, entre Edmond antes de ser preso junto com seu "melhor amigo" Fernand e depois de ter passado 13 anos encarcerado, fizemos o contraste disso com a total opulência fora da prisão."

A ilha de Comino, fora de Malta, foi o local perfeito para o infame Castelo de If, pois possuía um castelo no topo de um vertiginoso penhasco. Na base do penhasco, a cento e sessenta pés abaixo, há uma caverna que serviu como a entrada da prisão. "Foi inacreditável," relembra Geraghty. "Na verdade nós mudamos o roteiro depois de encontrar este lugar. Fomos a Comino em busca da ilha de Monte Cristo, para a cena onde procuram o tesouro e foi quando nos deparamos com este local. Ficamos boquiabertos e quase pulamos dentro d´água. Se tivesse sido construído, não teria ficado melhor. Então, filmamos todas as cenas da prisão nesta locação. Ao invés de jogar os corpos da muralha da prisão, como havia sido originalmente escrito, eles iam até a beira do penhasco e jogavam os corpos de lá. É muito mais dramático."

Além do Castelo de If, outro importante cenário foi a suntuosa mansão dos Mondego, uma detalhada recriação luxuosa e imponente de uma mansão de época de Paris. "No início da produção, levei o desenhista Mark Geraghty à Malta," recorda Kevin Reynolds. "No caminho de volta, passamos por Paris e eu mostrei a ele um lugar que havia visto uns dois anos antes e pedi que o duplicasse para o interior na mansão dos Mondego. Mark fez um trabalho fantástico. É bastante imponente e um dos mais belos cenários que já filmei."

Mark Geraghty relembra a busca pela mansão dos Mondego. "Quando me decidi por Malta, Kevin me disse que tinha uma vaga lembrança deste local em Paris e que seria o visual ideal para o palacete dos Mondego. Fomos até lá e almoçamos no local. Assim que chegamos, vi exatamente o que Kevin queria e sabíamos que não encontraríamos esta locação em Malta ou na Irlanda. Decidimos pela construção em estúdio porque as cenas feitas lá seriam bastante complicadas. Todas as festas e a iluminação com velas." A esplendorosa opulência do palacete dos Mondego foi totalmente recriada, com todos os magníficos detalhes parisienses no estúdio Ardmore.

O figurinista Tom Rand tem experiência com figurinos da era napoleônica, tendo trabalhado no filme de Ridley Scott, Os Duelistas (The Duellists), que foi seu primeiro crédito cinematográfico. "Isso foi há 23 anos e espero que tenha aprendido muito nesse tempo," diz ele. "Agora, no meu ponto de vista, posso contar a história com figurinos muito melhores do que naquela época. Meu objetivo é que o figurino reflita o personagem porque não são figurinos, são roupas e as roupas ajudam os atores a desenvolverem o personagem."

Durante a produção de O Conde de Monte Cristo (The Count of Monte Cristo), o guarda-roupa teve papel importante, já que os três personagens centrais passam por mudanças dramáticas. "O figurino é algo crucial em um filme como este," concorda Kevin Reynolds. "É preciso que os personagens se manifestem através do guarda-roupa, mas também é preciso ser algo grandioso. Uma das coisas que disse a Tom foi que quando Edmond Dantes voltasse como Conde, ele teria que ser uma pessoa que chamasse a atenção quando entrasse em algum lugar. Ele tinha que ser imponente."

"O aspecto complicado em Edmond foi como recriá-lo totalmente na pele do Monte Cristo," diz Rand. "De fato eu não queria impor ao ator algo que fosse muito espalhafatoso. Trabalhei muito com retratos do período. Lorde Byron foi ao Oriente Próximo e usou turbantes e trajes ocidentais e isso foi meu ponto de partida para o Conde."

Na outra ponta está Fernand Mondego, um homem rico e petulante. "Ele parece um regente extravagante daquela época, como as pinturas de Beau Brummel," explica Rand. "É um homem que ama a si mesmo e à sua própria imagem mas faz isso de um modo errado. Ele bebe muito, usa roupas finas, mas as trata com desdém e tem uma aparência abastada em muitos sentidos, mas de uma forma descuidada."

Para o elenco e a equipe de O Conde de Monte Cristo (The Count of Monte Cristo), a atenção com a época foi o ponto central. "Eu sempre achei que o detalhe é absolutamente tudo porque é o detalhe que dá o sentido de realidade que você pode dar ao romance," diz o figurinista Rand. "Se você tentar partir para algo espalhafatoso, excessivo, se fizer algo sem a realidade, acabará parecendo um daqueles filmes de Hollywood da década de 30. É preciso fazer a realidade e, a partir da realidade, seguir em frente. O falso nunca é interessante, o real é interessante."



Galera, fórum no Unimestre sobre o filme: o menino do pijama listrado.
Vocês devem participar com argumentos e sempre respeitando o do colega.

domingo, 31 de maio de 2015

Atividades - Leitura dos mitos em casa e debate em sala.






O Livro de Ouro da Mitologia - Thomas Bulfinch

A guerra de Tróia, Hércules, Minerva, Midas, as divindades rurais, a mitologia oriental e nórdica são alguns dos temas encontrados nessa obra.

Leia o livro sempre que puder e escolha o mito que você mais tenha se identificado para a nossa roda de leitura na próxima aula.

Segue abaixo o link para visualização ou download.

http://filosofianreapucarana.pbworks.com/f/O+LIVRO+DE+OURO+DA+MITOLOGIA.pdf

segunda-feira, 25 de maio de 2015

Texto 2 - Mitos: A beleza ea força de narrativas através dos tempos.

          Somos sers marcados pela capacidade de usar a razão, mas tambémpela capacidade de imaginar. Ao longo da História, produzimos saberes com valor científico e outros inventados, sem nehuma possibilidade de comprovação, mas nem por isso menos válidos como forma de conhecer valores e crenças de grupos sociais. Assim, nasceram os mitos: narrativas com que diferentes povos buscaram compreender e explicar aspectos da vida. Na Grécia Antiga, civilização que marcou diversas culturas, criaram-se belíssimas histórias de deuses, homens, amores, desafios e tragédias...               Se hoje já não há crença nos deuses que moravam no Olimpo e que de lá podiam governar o destino dos homens, a força dessas histórias permanece, provocando nossas emoções, curiosidades e reflexões. Não é à toa que as diferenças artes continuam revisitandoa mitologia grega.

Observe a seguir algumas manifestações artísticas conteporâenas.

Eu hoje joguei tanta coisa fora
Eu vi o meu passado passar por mim
Cartas e fotografias gente que foi embora
A casa fica bem melhor assim
O céu de Ícaro tem mais poesia que o de Galileu
E lendo teus bilhetes, eu lembro do que fiz
Querendo ver o mais distante e sem saber voar
Desprezando as asas que você me deu
Tendo a lua aquela gravidade aonde o homem flutua
Merecia a visita não de militares,
Mas de bailarinos
E de você e eu
Eu hoje joguei tanta coisa fora
E lendo teus bilhetes, eu lembro do que fiz
Cartas e fotografias gente que foi embora
A casa fica bem melhor assim
Tendo a lua aquela gravidade aonde o homem flutua
Merecia a visita não de militares,
Mas de bailarinos
E de você e eu
Tendo a lua aquela gravidade aonde o homem flutua
Merecia a visita não de militares,
Mas de bailarinos
E de você e eu.
Composição: Herbert Vianna
No link abaixo a música.
https://www.youtube.com/watch?v=EFvjK9BYCc8&hd=1

Voar... voar

rei Minos, em tempos que já vão longe, mandou prender em uma torre o arquiteto Dédalo – construtor do célebre Labirinto de Creta – e seu filho Ícaro.
         A torre dava, de um lado, para o mar, onde navios armados guardavam as águas, e de outro lado, para a terra, onde um exército vigiava a torre. A fuga dos prisioneiros era impossível.
         Dédalo pensou:
         - O rei Minos controla a terra e o mar, mas não pode controlar os ares. Hei de fugir pelos ares com meu filho.
         Dédalo era muito engenhoso e, assim, decidiu fazer dois pares de asas: um grande, outro pequeno. Se bem pensou, melhor executou. Seu trabalho foi penoso porque o menino Ícaro, sempre irrequieto, ora soprava as penas, ora derrubava a cera com que o pai armava as asas. Trabalhando com persistência, Dédalo conseguiu terminar a tarefa.
         Que lindas asas! Dédalo experimentou as suas, soergueu-se, manteve-se no ar. Depois, como um pássaro ensina ao filhote os primeiro voos, exercitou o filho no manejo das asas. [...]
         Dédalo fez as últimas recomendações:
         - Ícaro, meu filho, mantém-te sempre em altura equilibrada; Não voes muito baixo, porque a umidade das águas próximas pode fazer melar tuas penas, nem suba alto demais, porque o sol pode derreter a cera e desmanchar as tuas asas.
         Dédalo beijou o filho, e ambos saíram voando.
         O pai ia um pouco à frente para dar coragem a Ícaro, mas volvia sempre a cabeça a fim de verificar se o menino se mantinha com segurança. Voavam... voavam...
         No fim de algum tempo, o pequeno Ícaro sentiu-se dono dos ares... e tentou um voo mais alto como se quisesse alcançar o céu! Dédalo perdeu de vista o filho.
         Pouco depois as penas de um parzinho de asas boiavam nas águas do mar... E um pai, aflito, gritava:
         - Ícaro! Ícaro! Onde estás?

Adelaíde  Lisboa de Oliveira. Histórias que ouvi contar. São Paulo.


Questionário (Faça no caderno)

1) O que Dédalo buscava com a construção das asas?

2) O que Ícaro buscou com suas asas?

3) Que cena anuncia no texto  implicitamente a morte de Ícaro?

4) Muitos leem esse mito como uma lição de moral a ser tirada pelos mais jovens. Qual seria?

5) Outros prefertem ler nesse mito uma representação de características  tipicamente humanas. Quais seriam elas?

6) E para você, o que esse mito diz hoje?

terça-feira, 12 de maio de 2015

Gêneros da antiguidade clássica.

INTRODUÇÃO

O termo gênero é utilizado nas diferentes formas de arte, para denominar um conjunto de obras que apresentam características análogas de forma e conteúdo. De acordo com a concepção clássica (Arte Poética, de Aristóteles), os gêneros se dividem em três categorias básicas: o épico, o lírico e o dramático. Atualmente, também se organizam os textos literários em três gêneros: narrativo, lírico e dramático.

NARRATIVO

A Ilíada que narra a guerra de Troia.
A Odisseia de Ulisses para voltar para casa.
Os longos poemas narrativos, em que um acontecimento histórico protagonizado por um herói é celebrado, são chamados de épicos ou epopeias. As obras épicas mais importantes para a literatura ocidental são a Ilíada e a Odisseia (século VIII a.c.), cuja autoria é atribuída a Homero. A estrutura desses poemas serviu de base para outras como a Eneidade Virgílio e Os Lusíadas de Camões. O objetivo do último é exaltar a bravura do povo lusitano, representado por Vasco da Gama.







Ao longo dos séculos, o conceito do poema épico se transformou para acomodar as mudanças sociais e políticas por que passaram as sociedades. No século XVIII, os poemas narrativos entraram em declínio e surgiu a narrativa em forma de romance.
Na narração, há a presença de um narrador, aquele que conta uma história, ações que se desenvolvem em uma sequência narrativa com personagens que atuam em um determinado espaço e tempo. Visto assim, a “epopeia” moderna é a luta do homem comum para construir sua identidade e sobreviver em uma sociedade que oprime o indivíduo em nome dos valores coletivos.
LÍRICO

A poesia lírica é uma forma de atender ao anseio humano de expressão individual e subjetiva, diferente das epopeias que divulgavam os ideais e valores que organizavam a vida na polis (em grego, cidade ou estado). Além de expressar sentimentos e emoções, no texto lírico há predominância de pronomes e verbos na 1ª pessoa e a exploração da musicalidade das palavras.
Desde o surgimento da lírica, várias foram as estruturas utilizadas na composição de poemas. São elas:
elegia – poema surgidona Grécia Antiga que trata de acontecimentos tristes, enfocando a morte de um ente querido ou de alguma personalidade pública;
ode – exalta valores nobres – tom de louvação;
écloga – poema pastoril que retrata a vida bucólica dos pastores (séculos XVI e XVII);
soneto – forma mais conhecida. Poema de 14 versos, organizados em 2 estrofes de 4 versos (quartetos) e 2 estrofes de 3 versos (tercetos).

Intertextualidade: Poesia medieval com rock nacional? É possível essa mistura? 
http://letras.mus.br/legiao-urbana/46948/

Legião Urbana por Legião Urbana, acesse:
https://www.youtube.com/watch?v=hicQi_LTM2s

DRAMÁTICO

Segundo Aristóteles (Poética), o termo drama faz referência ao fato de, nesses textos, as pessoas serem representadas “em ação”. Textos dramáticos são produzidos para serem representados, a voz narrativa está entregue às personagens que contam a história por meio de diálogos ou monólogos. Não há mediação do narrador.

Na Idade Média, havia duas modalidades dramáticas: o auto – peça curta, em geral, de cunho religioso; a farsa – envolvia situações grotescas ou ridículas. 
Édipo Rei de Sófocles - Exemplo de tragédia.
O Auto da Compadecida de Ariano Suassuna - Exemplo de comédia.
É importante lembrar que o fim da Idade Média traz para o teatro um período de intensa atividade. Por exemplo, na Inglaterra, William Shakespeare escreveu várias peças que se transformaram em clássicos do teatro universal. Uma das tendências da nossa época é a mistura de gêneros. Tanto encontramos textos que introduzem sequências narrativas na poesia, quanto textos que usam procedimentos da poesia na prosa.
A seguir, um exemplo de um poema narrativo de Manuel Bandeira:


POEMA TIRADO DE UMA NOTÍCIA DE JORNAL
João Gostoso era carregador de feira-livre e morava
no morro da Babilônia num barracão sem número.
Uma noite ele chegou no bar Vinte de Novembro
Bebeu
Cantou
Dançou
Depois se atirou na Lagoa Rodrigo de Freitas e
morreu afogado.

terça-feira, 14 de abril de 2015

Avaliações

Galerinha,

Sobre as avaliações dos livros que conversamos em sala.

São duas atividades avaliativas (leiam com atenção)
9F1

1- Prazo máximo dia 22/04 (atividade em grupo)

Vocês devem apresentar nesse dia um das opções abaixo:

Representação teatral de uma cena ou cenas contemplando o livro. (duração de 10 minutos)
Para isso, vocês precisam definir funções, ou seja, precisam de um diretor, de atores, de quem cuide do som, dos slides, da maquiagem e do figurino, todos devem ter uma função específica.

Apresentação: Nesse caso vocês podem apresentar um power point ou similar para ser explicado para a turma, o prazo é de aproximadamente 5 entre 10 miutos. Sejam claros e objetivos, escolham quem vai apresentar, quem vai fazer os slides, se quiserem podem inserir música de fundo e pequenos vídeos de 1 ou 2 minutos para representar os personagens, ou um bate papo informal sobre o livro tipo aqueles vídeos de youtube das pessoas comentando o livro, imagens ou fotos também caracterizando, tragam informações sobre o livro, o autor e personagens, lembrando que vocês sabem apresentar  recomendar o livro pois fizemos isso em sala. Tragam em pen drive.

Vídeos - O vídeo deverá estar em pen drive e deve ser o máximo auto explicativo com abertura legendas com o nome dos participantes e suas funções, vocês podem representar no vídeo ou ensaiar um bate papo informal entre vocês, ou ainda naquele estilo youtube de comentar os livros. Dei algumas ideias na sala paa vocês.

A ordem da apresentação é: representação, apresentação e vídeo. O vídeo obrigatoriamente deve estar em pen drive pois precisarei levar caso não haja tempo para exibição na sala.

O prazo final da leitura  do s livros ficou dia 15/04.
Lembrem-se que a atividade vale nota, e que já fizemos: leitura em sala, atividade do blog, cartazes e exercícios do blog que devem estar no caderno de vocês, não em folha separada e nem mesmo me entregar. Pois passarei para ver se fizeram. Quem postou no blog não precisa pois tenho registrado tudo isso lá. Agora quem deixou de fazer alguma atividade deve começar a fazer antes da nota.

As datas:
Apresentação dia 22/04

Os livros:
Machado e Juca
Leo na corda bamba
Petrus Logus.

Agora vamos as perguntas:

Professor eu não tenho o livro?
Deveria ter, pois como você vai fazer o primeiro trabalho lá acima?
Caso não tenhas,  estás em um grupo,  pegue na biblioteca ou peça emprestado, tire cópia, enfim, leia.
Professor, não vi a postagem sobre essa atividade no blog e no Unimestre pois não tenho acesso.
Já deu tempo, um trimestre inteiro para isso, mesmo assim ainda tens o teu colega do grupo para te dar essa informação e ainda tirar as dúvidas comigo na sala, no corredor, ou ainda via faceboke ou em qualquer momento antes da entrega da avaliação.

Relembrando que temos várias avaliações: Leitura, exercícios do blog no caderno, trabalho de apresentação dos livros, cartazes. É necessário realizar todas.


Tudo explicado, como sempre, espero vocês na aula.

domingo, 5 de abril de 2015

Temas transversais - Gravidez na adolescência com os gêneros notícia/reportagem.

Adolescentes engravidam para segurar os parceiros

“Muitas adolescentes ficam grávidas porque querem segurar o parceiro ao seu lado. Ao contrário do que as pessoas pensam, apenas uma pequena fração engravida por acidente”. A afirmação é da pediatra e coordenadora do Programa de Planejamento Familiar da Secretaria Municipal de Saúde, Edith Di Giorgi. Segundo ela, a principal meta das ações de prevenção à gravidez é atingir as menores de idade. No ano passado, foram registrados em Sorocaba 36 casos de garotas grávidas antes dos 15 anos de idade.
Edith acredita que, na adolescência, as jovens não possuem a bagagem necessária para criar uma criança. “Quando a gravidez ocorre nesse momento, a adolescente tem de aprender a cuidar de um bebê em um período em que ela mesma ainda precisa de cuidados”.
A pediatra explica que no programa pré-natal da rede pública são feitas entrevistas com as adolescentes grávidas. “Invariavelmente, descobrimos que o motivo que levou à gravidez está ligado à falta de perspectiva, sensação de invisibilidade perante os familiares ou mesmo como uma tentativa de fuga de uma vida difícil”,
Muitas garotas, segundo Edith, enxergam na construção de sua própria família – com a criança e o parceiro – a chance de deixar para trás as dificuldades na relação com os pais. “Elas idealizam o filho como uma boneca. Na verdade, com as crianças vêm as responsabilidades que não haviam sido previstas pelas jovens”.
Índice apresenta queda desde 2000
Desde o ano 2000, Sorocaba vem conseguindo reduzir ano a ano os casos de gravidez entre jovens com idade de 12 a 19 anos – fase avaliada como adolescência nas pesquisas da Secretaria Estadual da Saúde. Enquanto em 2000 as jovens sorocabanas dessa faixa etária representavam 20% do total de gestantes na cidade, em 2006 esse índice caiu a 16,5%.
Em 2000 foram 1.760 sorocabanas grávidas entre 12 e 19 anos. O número se reduziu a 1.282 no ano passado. Enquanto em 2000 engravidaram 57 adolescentes com menos de 15 anos, em 2006 foram 36. No mesmo período, a população da cidade cresceu 14%, passando de 492.245, para 572.459 habitantes.
Para Edith Di Giorgi, os números são muito positivos. “Mesmo com uma população bem maior, estamos reduzindo as gestações entre as jovens. Isso mostra que elas estão usando métodos anticoncepcionais para se prevenir em suas relações”.
A médica pediatra destaca que enquanto em Sorocaba as gestantes jovens representam atualmente 16,5% do total de grávidas, no Estado de São Paulo e no Brasil o índice médio é superior a 20% do total de gestantes.
Aos 14 anos, Maiara, mãe de Lana, se considera só
Maiara tem 14 anos de idade e há 10 dias se tornou mãe de Lana, que nasceu com 2,2 quilos. Separada do pai da criança – que é maior de idade e vive em outra cidade – ela está internada em uma clínica destinada a usuários de entorpecentes.
Maiara conta que seu envolvimento com as drogas começou diante do afastamento dos pais. Ao conhecer o pai de sua filha, iniciou a vida sexual sem jamais utilizar métodos anti-concepcionais. A gravidez foi descoberta depois de dois meses de relações sexuais sem proteção. “Eu nunca procurei evitar. Sabia que podia acontecer, mas não era uma coisa que me fazia parar para pensar. Eu amava meu namorado e sempre pensei que, se viesse a engravidar, não seria algo ruim para mim, alguma coisa que me fizesse mal”.
Desempregada, Maiara planeja passar mais um ano internada na clínica, mas ainda não sabe se o relacionamento com o pai de sua filha tem futuro. “Agora, estou sozinha no mundo. Gosto dos meus pais, mas para a casa deles não volto porque não tenho bom relacionamento com minha tia. Vou viver um dia por vez e ir pensando o que farei daqui em diante”. Sobre o dia-a-dia com a filha, a garota se mostra surpresa. “Pensei que fosse mais fácil cuidar”.
Final feliz
A auxiliar de escritório Ariana Castilho, 23, ficou grávida aos 17 anos, depois de namorar desde os 13 com George. Apesar da gravidez ter sido acidental, o casal decidiu se casar. Eles permanecem juntos e felizes até hoje, ao lado do filho João Guilherme, que tem 6 anos.
“Quando soubemos, ficamos apreensivos sobre a maneira de contar aos nossos familiares. Meus pais chegaram a dizer que não precisávamos nos casar, mas sabíamos bem o que queríamos”, conta Ariana. Ela revela que, além de forçar o amadurecimento precoce, a gravidez mudou o rumo de sua vida. “Em razão da maternidade, abri mão dos planos para me dedicar ao meu filho. Foi um divisor de águas na vida”, revela.
Meta é fazer jovem ter projeto de vida
Edith Di Giorgi afirma que a Secretaria Municipal de Saúde está colocando em prática junto às escolas da rede pública abordagens que motivem os adolescentes a refletirem sobre as mudanças resultantes de uma gravidez na adolescência. “Não adianta fazermos campanhas autoritárias e moralistas. Temos de fazer o jovem pensar sobre o que quer para si. A intenção é incentivá-lo a fazer projetos para sua vida”.
Edith acredita que a chance de crianças planejadas serem amadas por seus pais são muito maiores. “Os jovens querem estudar, se formar, ter um bom emprego e uma vida confortável. Queremos que eles entendam que, na vida real, uma gravidez é um projeto que deve ser pensado cuidadosamente”.
Território jovem
No Jardim Ipiranga já está funcionando o primeiro consultório ginecológico voltado para adolescentes fora dos centros de saúde de Sorocaba. Edith explica que a idéia surgiu de uma necessidade. “Percebemos que muitas adolescentes não se consultavam nos centros de saúde porque não queriam que seus pais ou conhecidos soubessem que elas têm vida sexual ativa”.
Com o novo consultório, dezenas de adolescentes têm procurado semanalmente informações sobre métodos anti-concepcionais.
Fonte: Bom dia Sorocaba.
Falta de perspectiva
Sensação de inivisibilidade
fuga de uma vida difícil
Interpretação do texto
Leia e responda em seu caderno. Faremos uma roda de leitura sobre o assunto em sala.
1) Além desses três motivos mencionados acima, o texto é iniciado com a citação de outra justificativa. Qual?
2) De que forma a médica entrevistada chegou a conclusão nessa reportagem?
3) Você acha que essas informações  levantadas na cidade de Sorocaba podem valer  para o resto do país? Por que?
4) Os motivos apresenados correspondem àqueles  que você se seus colegas imaginariam antes de ler o texto?
5) Leia a afirmação de outro médico pesquisador sobre os motivos que levam adolescentes a engravidar.
Acredito que isso aconteça [...] pelo que chamamos de pensamento mágico das adolescentes. A dimensão temporal, a atitude não são racionalizadas. Fica uma coisa meio mágica. Isso não deve acontecer comigo. Eu sou muito novinha...
Quando ela fala isso (muito novinha), está dizendo que para ela esse tipo de coisa de ficar grávida numa relação só acontece com mulheres adultas. E não se considera omo tal.
http://www1.folha.uol.com.br/folha/equilibrio/gravidez_precoce-entrevista.shtml
a) segundo o médico, o que seria esse pensamento mágico das adolescentes?
b) Você concorda que esse pode ser outro motivo que leva algumas adolescentes a engravidar? Por quê?
6) E os garotos? Por que você acha que eles também não se previnem contra uma gravidez indesejada?
7) Segundo a médica entrvistada pela reportagem, por que se deve evitar a gravidez na adolescência?
8) Você tem projetos para o futuro? Que tal pensar em duas hipóteses:
a) Caso você resovesse se dedicar aos estudos, fazer uma faculdade ou curso técnico, como poderia ser o seu futuro?
b) Caso tivesse um filho agora, como seria o seu futuro depois disso?
c) Quais as atitudes que você poderia já começar a tomar  para alcançar o futuro desejado?
Você viu uma reportagem de jornal que trata das possíveis razões  que levam adolescentes a engravidar. Agora você vai ler o trecho de uma reportagem  da revista voltada para adolescentes que trata do mesmo assunto, porém abordando outro aspecto da questão. Que tipo de informação você acha que o texto trará?
“ Elas trocaram escola, garotos e baladas por enjoos, fraldas e mamadeiras. E contam como a gravidez transformou a vida delas “
Ficar grávida na adolescência é mais do que um susto : é uma mudança radical de vida ! Tudo fica diferente desde o corpo da garota até relações com o namorado, os pais, as amigas e principalmente com seu futuro . Para ficar mais óbvio : seis em cada dez garotas que ficam grávidas param de estudar . E dessas só 40% voltam para a escola após terem o filho ! E isso é só o começo . Ainda há o preconceito que a garota vai enfrentar e a frustração por deixar ao menos por um tempo, as festas, baladas e viagens com a galera para assumir um monte de novas responsabilidades. Nesta reportagem , você conhece quatro garotas que vivem estágios diferentes dessa história . Elas contam como é o dia a dia de quem é mãe, mas ainda tem a cabeça cheia de sonhos de menina .

Previna-se sempre!

Por mais que agora até curtam a ideia de serem mães, não é nada fácil por uma criança no mundo. Ficar grávida na adolescência significa pular ou, no mínimo, dificultar etapas importantes da sua vida, como se dedicar 100% a passar na faculdade, ser livre para sair e viajar com as suas amigas e paquerar bastante sem muito compromisso. Então, o melhor caminho é a prevenção. Consulte o seu ginecologista para saber qual o método anticoncepcional mais adequado para você. E nunca transe sem camisinha, que ajuda (e muito!)a evitar gravidez e ainda previne as doenças sexualmente transmissíveis. Até porque o corpo de adolescente não está totalmente preparado para receber uma criança, então previna-se e seja feliz! 
Estou grávida! E agora?

A primeira medida é contar o que está rolando para alguém em quem você confia. Essa pessoa vai ajudá-la a tomar decisões com mais calma. Pode ser uma amiga, uma prima, a sua tia… Seus pais também precisam saber. O mais comum é que eles se sintam tristes ao receber a notícia, mas, depois, ficarão ao seu lado. Também é essencial que você dê a notícia para o pai da criança. Por mais medo que tenha de que isso o afaste, o garoto tem o direito de saber, e você, de dividir essa responsabilidade com ele. Juntos, mesmo que decidam não continuar o namoro, vocês ficam mais fortes para enfrentar os desafios que virão e dar ao bebê o carinho que ele merece.

Capricho, São Paulo, nº 1097, maio 2010. página 84-88

A reportagem, assim como a notícia  e outros gêneros jornal´siticos tem o objetivo  de informar o leitor sobre um fato ou assunto de interesse.
Diferentemente da notícia, na reportagem não é preciso esforço do jornalista para se manter imparcial. Ele pode se posicionar mais explicitamente em relação ao que escreve. Também precisa pesquisar mais sobre o assunto, apresentar diferentes vozes, preferencialemnte de especialistas para compor o seu texto demodo a dar mais profundidade à informação analisando-a om cuidado.

1) De acordo com o texto o que acontece com as meninas depois que engravidam, em realção a:
a) escola
b) amizades
c) Família

Releia este trecho
[...] seis em cada dez garotas que ficam grávidas param de estudar. E dessas, só 40% voltam para a escola após ter o filho.

3) Você acha que quem opta por não voltar a escola está garantindo um futuro melhor para o filho ou não? Por quê?

4) Segundo o texto o que é preciso fazer para evitar a gravidez?

5) Que conselhoos o texto apresenta para as leitoras, caso elas estejam grávidas?

6) Onde foi publicada essa reportagem?

6) Para quem esse texto pode ter sido escrito, ou seja, quem é o público-alvo dessa reportagem?

7) No texto, há palavras como baladas, galera, paquerar, transe, camisinha, e rolando. Essas palavras sugerem que a linguagem é mais formal ou informal?

Argumentar é mais do qeu dar uma opnião: é justificar, sustentar, isto é, defender com argumentos para tentar convencer o ouvinte ou o leitor. Existem diferentes tipos de argumentos: apresentação de fatos que funcionam como exemplos; citação de opnião de pessoas importantes e /ou de daos de pesquisa: apresentação de valores e princípios; etc.

Existem vários métodos anticoncepcionais, alguns deles são muito falhos, mas há outros com uma margem de segurança maior: camisinha, pílula anticoncepcional, injeção de hormônio, DIU, etc. A combinaão de camisinha e pílula tem se mostrado a mais eficiente, pois, além de evitar a gravidez, protegeos parceiros de doenças sexualmente transmissíveis. Os postos de saúde  da rede pública distribuem camisinhas gratuitamente. No entanto só um médico pode dizer qual é o melhor método para cada pessoa.