O Conde de
Monte Cristo
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Introdução"Contos clássicos como O Conde de Monte Cristo (The Count of Monte Cristo) capturam a imaginação do público ao redor do mundo," diz o produtor Roger Birnbaum. "Este filme tem todos os elementos vencedores do grandioso filme clássico, porém renovados para o público contemporâneo. Este é o primeiro trabalho em algum tempo, que combina realismo, ação e intriga. Também apresenta um elenco de primeira linha, um diretor renomado, Kevin Reynolds, várias locações espetaculares e dramáticas seqüências de aventura."
"O Conde de Monte Cristo (The Count of Monte Cristo) é diferente das versões anteriores," diz o produtor Gary Barber. "É diferente porque desenvolvemos alguns eventos que estão no livro de forma mais detalhada do que os filmes anteriores, foi uma licença de criação. Demos à história seu próprio sentimento. Os personagens têm mais profundidade e são bastante similares aos do livro."
"Contar uma história não é simplesmente fazer ação, é também os personagens," acrescenta o escritor Jay Wolpert. "Temos um Conde de Monte Cristo, com toda a infra-estrutura, toda a motivação e todo o caráter de o Conde de Monte Cristo de Robert Donat, mas temos também a ação que o público de hoje está acostumado."
O renomado diretor Kevin Reynolds lidera o projeto dando ênfase ao realismo, a ação e a personagens fortemente desenvolvidos. O produtor Gary Barber, que já havia trabalhado como produtor executivo em Robin Hood - O Príncipe dos Ladrões (Robin Hood: Prince of Thieves), estava familiarizado com o trabalho do diretor. "Eu acho Kevin um excelente cineasta," diz ele. "Demonstrou isso em todos os seus filmes e Robin Hood - O Príncipe dos Ladrões foi um filme fantástico de ação, repleto de personagens envolventes."
Para Reynolds, trabalhar em um conto épico como O Conde de Monte Cristo (The Count of Monte Cristo) foi uma proposta a qual ele não podia recusar. "O título é muito conhecido em todo o mundo, o que traz ao filme uma audiência automática," diz ele. "Tem todos os elementos de uma história envolvente: amizade e traição, amor e mágoa, ação e aventura".
"Achei que seria enriquecedor fazer algo com uma história clássica tão famosa," continua Reynolds. "Então li o livro para saber do que se tratava realmente e descobri que o trabalho seria muito mais difícil do que pensava porque o livro é muito denso. Tínhamos que transformá-lo em algo mais cinemático."
Barber concorda. "Eu acho um conto magnífico. Tem também romance e um pouco de comédia e os temas sobre vingança e traição levam a um entretenimento envolvente. O livro sobreviveu ao teste do tempo e achamos que o momento seria certo porque não se faz um filme sobre o Conde de Monte Cristo há muito tempo."
"Muitas pessoas me perguntam sobre o que falam os meus filmes", destaca Kevin Reynolds. "Acho que tenho obsessão pela perda da inocência. Há um pouco disso em todos os filmes que já fiz. Talvez seja isso que exista para mim em O Conde de Monte Cristo (The Count of Monte Cristo). Um jovem inocente e bem intencionado, que é usado por um bando de pessoas cruéis. Ele retorna e tenta se vingar porque acha que isso o confortará e o fará seguir a vida normalmente. Mas a vingança satisfaz? Como diz o personagem de Richard Harris: 'É uma comida que leva muito tempo para ser preparada, mas raramente é comida.' Então, é isso que este filme fala, da jornada de um homem em busca de vingança."
SOBRE A PRODUÇÃO
Durante a escolha para o elenco de O Conde de Monte Cristo (The Count of Monte Cristo), a prioridade era fazê-lo o mais contemporâneo possível. "Estávamos procurando novos talentos," conta Gary Barber. "Jim Caviezel estava soberbo em Além da Linha Vermelha (The Thin Red Line) e Guy Pearce estava excepcional em L.A Cidade Proibida (L.A. Confidential). Guy também havia demonstrado sua popularidade na Europa, na novela australiana Neighbors, e é um ator maravilhoso."
"Nós queríamos um elenco jovem, talentoso e agradável para os olhos - sangue novo para fazer um visual espetacular," concorda Roger Birnbaum. Com a deslumbrante novata Dagmara Dominczyk como Mercedes e o legendário ator Richard Harris como Abade Faria, os papéis principais já estavam definidos.
O Conde de Monte Cristo (The Count of Monte Cristo) é a história da trajetória de um homem pelos cantos obscuros de sua alma. "A forma como me identifiquei com o papel foi através da noção da perda da fé, do ódio a Deus e depois o retorno, para encontrar novamente a paz," fala Jim Caviezel de seu personagem, que passa do idealismo brilhante para a vingança fria. "É a passagem pelo inferno para se tornar um homem melhor. O jovem Edmond Dantes começa como alguém que vê o mundo basicamente como bom, como uma criança o vê, e então, gradualmente muda. Este homem se torna vítima das circunstâncias e não entende porque coisas assim puderam acontecer com ele. Eu tento relacionar com alguns elementos da minha própria vida."
Apesar das muitas versões anteriores do clássico romance de Dumas, Caviezel optou por não assistir a nenhum deles e interpretar seu personagem literalmente como o do livro. "Não assisti a nenhuma das versões de O Conde de Monte Cristo (The Count Of Monte Cristo) porque não queria me influenciar," afirma ele. "Eu sou um mímico. Se vejo uma pessoa, inconscientemente pego os trejeitos que mais gosto. Então, se eu assistisse, digamos, Richard Chamberlain ou Gérard Depardieu, talvez eu usasse certas coisas. E as pessoas iriam dizer, 'Oh, é o Depardieu.' Então eu tentei seguir o máximo que pude o que estava no livro."
Caviezel fez muitas pesquisas históricas relativas à época. "Eu estudei muito sobre Napoleão e sua vida," conta ele, "de onde veio na Córsega, sua época na escola militar da França e como ficou abaixo dos outros homens de sua seção. Pude relacionar isto com minha própria vida quando mudei para uma escola na qual não me adaptei. Então, peguei isso e fiz um paralelo com o personagem."
Guy Pearce, o versátil ator de L.A. Cidade Proibida (L.A. Confidential), Priscilla - A Rainha do Deserto (Priscilla, Queen of the Desert) e de Amnésia (Memento), é o inimigo de Edmond Dantes, Fernand Mondego. "Adorei Guy em L.A Cidade Proibida (L.A. Confidential)," diz Kevin Reynolds. "Ele é um ator consumado e entra na pele dos personagens que interpreta". Eu queria alguém com essa habilidade para fazer Fernand, e ele não decepcionou de jeito algum. Ele é muito divertido de se assistir."
Mondego é um vilão complexo e seu relacionamento com Edmond Dantes é um contraste curioso do personagem. "Neste filme, tomamos a liberdade de fazer os dois personagens serem amigos de infância, então há algo mais para arriscar no relacionamento. No extraordinário romance de Dumas, os dois mal se conheciam," diz Guy Pearce. "Fernand é um jovem que está apaixonado por Mercedes, mesmo sabendo que ela ama outro e entãofaz o que pode para eliminar seu concorrente. Da mesma forma, em nossa história, o ciúme de Fernand o leva a cometer o mesmo ato desleal, mas com um conflito adicional de trair um amigo."
Interpretar um jovem que salva a vida de Edmond e depois a rouba dele, foi um desafio emocionante para Pearce. "Ele é uma pessoa que tem tudo: posição social, dinheiro, tudo o que quer e, mesmo assim, se sente totalmente infeliz," diz. "Já Edmond Dantes, seu amigo de longa data, não tem posses, só o amor de Mercedes, uma natureza honesta e sincera e a felicidade - são as fontes de frustração e inveja do pobre Fernand, que também sofre por ser muito crítico e intransigente".
"Ainda criança, passei vários anos em uma escola particular bastante aristocrática e exclusiva, onde as crianças ficavam expostas a uma natureza muito pomposa e abastada e isso não era incomum," conta Pearce. "Eu não me adaptei ao esquema, entretanto, me deu o entendimento da competição cruel, do comportamento condescendente, e um nível particular de egoísmo apropriado à interpretação de Fernand."
"Se Fernand se sente culpado pelo o que aconteceu a Edmond, bem como amargo e invejoso, ele consegue reprimir e foge como um tolo, o que o torna uma pessoa ainda mais feia, tanto mentalmente quanto fisicamente. Basicamente a aparência física de uma pessoa com mais idade é a representação de seu estado mental. Foi importante criar aquele visual doentio e envelhecido para Fernand quando o vemos mais tarde no filme. Por mais que tente manter um ar de superioridade através de suas atitudes e aparência, seu visual o trai. Ele exagerou com as mulheres, os vinhos e outros vícios extravagantes. Seu entendimento de ser o pavão que deveria ter sido só aumenta a vergonha do personagem. É uma história é sobre vingança. Eu quero que o público faça o máximo de julgamentos de Fernand, para que também queira se vingar dele."
Jim Caviezel e Guy Pearce passaram um mês fazendo treinamento intensivo para as seqüências de ação, aprendendo como usar a espada e a lutar de modo apropriado.
"Treinamos pelo menos 3 horas por dia, todos os dias, além de todo o treinamento que fizemos sozinhos," diz Caviezel. "Não é uma dessas coisas que se pode chegar, exercitar e ir embora. É preciso fazer no seu próprio tempo, trabalhar para chegar a um ponto onde você não pensa, só reage. E filmar a última cena em especial na plantação de trigo foi extremamente difícil e escorregadio."
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"O bom de trabalhar com Guy é que fizemos nosso treinamento de esgrima juntos," continua Caviezel. "Você conhece muito dele, o quanto ele trabalha e o quanto é disciplinado. Ele trabalha muito. É um ótimo atleta e um ator incrível."
"Na verdade, aprendi esgrima quando tinha uns 11 anos," conta Pearce. "Eu era bastante bom, eu acho. Entrei em competições e ganhei algumas medalhas. Mas não acho que nada disso me ajudou quando estava fazendo o filme. Percebi que havia esquecido tudo e tive que começar do início - tudo tinha acabado 20 anos atrás, imagino! É um esporte muito delicado. Há muitos detalhes específicos nos quais você precisa se concentrar."
Dagmara Dominczyk conhecia a clássica história de Dumas do tempo da escola. "Nós lemos O Conde de Monte Cristo no segundo grau. Eu adorei a história, é cheia de intriga, romance e é muito inteligente.
"Eu gosto do fato de Mercedes ter sido descrita no roteiro como sendo inteiramente feminina, mas ela também é capaz de ser forte em sua vulnerabilidade," diz a atriz polonesa. "Ela está disposta a fazer concessões, mas vê a força do sacrifício. Também gosto do fato de mostrarem sua trajetória desde quando era uma menina de 18 anos, apaixonada por este homem o tempo todo, mesmo depois de passar por tudo o que passou."
Para a atriz de treinamento clássico, a transformação da idealista jovem de 18 anos em uma mãe e esposa endurecida pela vida foi um desafio. "Quando você vê Mercedes no início, ela tem o mundo todo na palma da mão e é cheia de esperança, luz e alegria," diz Dagmara. "Ela tem o homem com quem quer se casar, eles vão comprar uma casa e planejam ter filhos. Este mundo ideal está na ponta de seus dedos, mas tudo é retirado dela."
"Eu me imagino com 18 anos lidando com um amor, mas é também uma questão física, a voz e as roupas que uso. Nós criamos uma menina adorável e angelical. Mas Mercedes é também geniosa, não uma flor, ela tem força e momentos de raiva e você pode dizer que ela tem um temperamento difícil. Então, tive que pular 10, 11, 12 anos e, por causa da minha vida em casa e de experiências pessoais, posso interpretar a maturidade, o senso de responsabilidade que vem junto com as atividades do lar."
Uma grande ajuda para a jovem atriz foi o diretor Kevin Reynolds. "Havia uma enorme sensação de confiança entre nós," afirma Dagmara. "Kevin confiou a personagem a mim e confiou na forma como a criei. Filmamos uma cena bastante comovente, na festa de aniversário de Albert, meu filho no filme, quando percebo que o Conde é Edmond e espero por ele na carruagem. É uma cena muito emocionante e por isso repetimos algumas vezes. Kevin vinha e cochichava no meu ouvido para mudar o tom aqui ou ali. Ele foi como um condutor e é muito sucinto na sua direção. Ele dizia uma palavra ou uma frase e eu conseguia fazer do modo correto. É a natureza do nosso relacionamento. Por confiar nele, fui capaz de ouvir sua direção, visualizá-la e fazer corretamente. É maravilhoso porque ele me deixa improvisar e quando eu preciso da ajuda dele, ele está lá."
Do mesmo modo, ela elogia seus co-astros. "Adoro trabalhar com Jim e Guy porque eles têm personalidades distintas como seres humanos e, como atores, suas técnicas também são diferentes. Jim é como um engenheiro: trabalha vagarosamente e é introvertido, mas assim que a câmera é ligada ele está lá com você. Seu olhar é muito intenso, aqueles grandes olhos azuis dão a você tudo o que precisa. Guy é mais espontâneo, fala sobre a cena e faz. É um grande entusiasmo ter dois protagonistas igualmente maravilhosos para contracenar. Faz meu trabalho muito mais fácil."
O legendário ator irlandês, Richard Harris, interpreta o companheiro de prisão e mentor de Dantes, o sábio Abade Faria. "Foi um grande privilégio trabalhar com Richard Harris, depois de assistir a muitos de seus filmes durante 35 anos," afirma Kevin Reynolds. "Estar no set e trabalhar com um homem assim é simplesmente incrível. Como todos os profissionais ele sabe o que funciona para ele. O tom que pode dar a um momento é algo tremendo. Só um olhar, um gesto ou a inflexão de uma palavra pode dizer muito e isso vem de sua grande experiência."
"Richard Harris é um ícone," diz Barber sobre o ator irlandês. "Se você olhar para o Abade e perguntar quem seria o ator perfeito para este papel, seria Richard Harris. Não é preciso nem vesti-lo, ele pode interpretar de qualquer jeito. Tivemos muita sorte de tê-lo neste trabalho, e isso torna o elenco extraordinário."
"Eu gostei do roteiro e do personagem," Richard Harris fala do Abade Faria, um personagem para o qual construiu a própria história antes de ir para a prisão. "O Abade era um idealista quando jovem e estava no exército de Napoleão. Tinha sonhos republicanos. Então, numa noite, recebeu ordens para cometer um ato de atrocidade e desumanidade. Mais tarde ele se arrepende, deserta do exército e se torna padre. Tudo isso aconteceu antes da história do filme começar.
"Antes de ser padre, ele se torna secretário particular de um homem muito rico. O homem morre, deixando enterrado um enorme tesouro. Napoleão acha que o secretário particular sabe sua localização. Na verdade, ele sabe, mas não diz onde o tesouro está. Então ele é jogado na prisão. O novo regime também acredita na lenda sobre a fortuna e vai atrás dele. Mesmo assim ele não revela onde está o tesouro por que acha que, seja lá onde estiver, o tesouro que foi deixado deve ser usado por boas razões e bons motivos."
É quando o público o encontra no filme. O abade vem cavando um túnel para escapar, mas devido a um erro de cálculo entra na cela de Edmond Dantes. Os homens iniciam uma forte amizade. "O abade ensina Dantes economia e matemática, mas também o ensina a ser civilizado e esquecer a vingança," continua Harris. "Acho que se o abade conseguisse escapar teria sido um homem como Nelson Mandela. Encontrei Mandela uma vez e fiquei muito impressionado. Perguntei a ele: 'O senhor era um homem violento e agora é contra a violência? Acha que foi por ter ficado tanto tempo preso?' E ele respondeu: 'Sim, acho que sim.' Se o abade tivesse sobrevivido, teria se tornado uma pessoa desta natureza."
A locação principal de O Conde de Monte Cristo (The Count of Monte Cristo) foi a Irlanda. Aqui, o estúdio Ardmore foi o local de construções elaboradas, entre elas a escadaria do Castelo de D'If, o interior luxuoso da mansão dos Mondego e o terrível interior do Castelo de If. Outra importante locação foi a ilha de Malta, escolhida principalmente devido à arquitetura de suas construções. "Queríamos dar um sentimento autêntico e ao mesmo tempo fomos prudentes fisicamente," comenta Gary Barber sobre as locações. "A Irlanda nos deu os elementos em locação e também tivemos grande apoio do pessoal local. Malta foi escolhida por seu visual e localização - nos deu uma visão panorâmica do porto e também foi financeiramente efetiva."
Encontrar o porto foi o problema inicial e só depois de viajar pela Itália e França foi que Kevin Reinolds e o desenhista de produção Mark Geraghty descobriram o porto de Marselha de 1814 no histórico estaleiro. "Todos os lugares no resto da Europa haviam sido tomados pela arquitetura moderna, mas Malta ainda tinha um visual raro com todos os antigos fortes feitos de grandes blocos de pedra," explica Reynolds. "É um local muito raro e não consigo lembrar de outro lugar onde pudéssemos achar um visual de um porto do Mediterrâneo ao redor de 1815. Tivemos uma sorte extraordinária."
"A arquitetura é quase perfeita," acrescenta Geraghty. "Há um amplo porto no qual podemos usar grandes navios e há poucos portos no mundo nos quais se pode fazer isso. Então, assim que o porto foi escolhido nós planejamos tudo o mais ao redor dele."
De recortes de jornais a fontes na internet, de livros da época em Roma, Paris e Marselha a filmes anteriores do Conde de Monte Cristo, a equipe de desenho de produção mergulhou em detalhes para assimilar todas as informações, antes de iniciar os trabalhos e criaram um novo visual para O Conde de Monte Cristo (The Count of Monte Cristo).
"Vimos artistas como Turner e Canaletto," conta Mark Geraghty. "Para obtermos o contraste tão importante no estilo de vida, entre Edmond antes de ser preso junto com seu "melhor amigo" Fernand e depois de ter passado 13 anos encarcerado, fizemos o contraste disso com a total opulência fora da prisão."
A ilha de Comino, fora de Malta, foi o local perfeito para o infame Castelo de If, pois possuía um castelo no topo de um vertiginoso penhasco. Na base do penhasco, a cento e sessenta pés abaixo, há uma caverna que serviu como a entrada da prisão. "Foi inacreditável," relembra Geraghty. "Na verdade nós mudamos o roteiro depois de encontrar este lugar. Fomos a Comino em busca da ilha de Monte Cristo, para a cena onde procuram o tesouro e foi quando nos deparamos com este local. Ficamos boquiabertos e quase pulamos dentro d´água. Se tivesse sido construído, não teria ficado melhor. Então, filmamos todas as cenas da prisão nesta locação. Ao invés de jogar os corpos da muralha da prisão, como havia sido originalmente escrito, eles iam até a beira do penhasco e jogavam os corpos de lá. É muito mais dramático."
Além do Castelo de If, outro importante cenário foi a suntuosa mansão dos Mondego, uma detalhada recriação luxuosa e imponente de uma mansão de época de Paris. "No início da produção, levei o desenhista Mark Geraghty à Malta," recorda Kevin Reynolds. "No caminho de volta, passamos por Paris e eu mostrei a ele um lugar que havia visto uns dois anos antes e pedi que o duplicasse para o interior na mansão dos Mondego. Mark fez um trabalho fantástico. É bastante imponente e um dos mais belos cenários que já filmei."
Mark Geraghty relembra a busca pela mansão dos Mondego. "Quando me decidi por Malta, Kevin me disse que tinha uma vaga lembrança deste local em Paris e que seria o visual ideal para o palacete dos Mondego. Fomos até lá e almoçamos no local. Assim que chegamos, vi exatamente o que Kevin queria e sabíamos que não encontraríamos esta locação em Malta ou na Irlanda. Decidimos pela construção em estúdio porque as cenas feitas lá seriam bastante complicadas. Todas as festas e a iluminação com velas." A esplendorosa opulência do palacete dos Mondego foi totalmente recriada, com todos os magníficos detalhes parisienses no estúdio Ardmore.
O figurinista Tom Rand tem experiência com figurinos da era napoleônica, tendo trabalhado no filme de Ridley Scott, Os Duelistas (The Duellists), que foi seu primeiro crédito cinematográfico. "Isso foi há 23 anos e espero que tenha aprendido muito nesse tempo," diz ele. "Agora, no meu ponto de vista, posso contar a história com figurinos muito melhores do que naquela época. Meu objetivo é que o figurino reflita o personagem porque não são figurinos, são roupas e as roupas ajudam os atores a desenvolverem o personagem."
Durante a produção de O Conde de Monte Cristo (The Count of Monte Cristo), o guarda-roupa teve papel importante, já que os três personagens centrais passam por mudanças dramáticas. "O figurino é algo crucial em um filme como este," concorda Kevin Reynolds. "É preciso que os personagens se manifestem através do guarda-roupa, mas também é preciso ser algo grandioso. Uma das coisas que disse a Tom foi que quando Edmond Dantes voltasse como Conde, ele teria que ser uma pessoa que chamasse a atenção quando entrasse em algum lugar. Ele tinha que ser imponente."
"O aspecto complicado em Edmond foi como recriá-lo totalmente na pele do Monte Cristo," diz Rand. "De fato eu não queria impor ao ator algo que fosse muito espalhafatoso. Trabalhei muito com retratos do período. Lorde Byron foi ao Oriente Próximo e usou turbantes e trajes ocidentais e isso foi meu ponto de partida para o Conde."
Na outra ponta está Fernand Mondego, um homem rico e petulante. "Ele parece um regente extravagante daquela época, como as pinturas de Beau Brummel," explica Rand. "É um homem que ama a si mesmo e à sua própria imagem mas faz isso de um modo errado. Ele bebe muito, usa roupas finas, mas as trata com desdém e tem uma aparência abastada em muitos sentidos, mas de uma forma descuidada."
Para o elenco e a equipe de O Conde de Monte Cristo (The Count of Monte Cristo), a atenção com a época foi o ponto central. "Eu sempre achei que o detalhe é absolutamente tudo porque é o detalhe que dá o sentido de realidade que você pode dar ao romance," diz o figurinista Rand. "Se você tentar partir para algo espalhafatoso, excessivo, se fizer algo sem a realidade, acabará parecendo um daqueles filmes de Hollywood da década de 30. É preciso fazer a realidade e, a partir da realidade, seguir em frente. O falso nunca é interessante, o real é interessante."
Galera, fórum no Unimestre sobre o filme: o menino do pijama listrado.
Vocês devem participar com argumentos e sempre respeitando o do colega.











